Veja a imagem do Arcano 4 de Copas. Um camaradinha está sentado embaixo de uma árvore. Desfruta do prazer proporcionado pela sombra relaxante da mesma.
Tem três taças à sua frente. Ele olha para elas. Está satisfeito por essa inicial conquista satisfatória. Parece acomodado com as mesmas. Porque uma nova lhe é apresentada pelas mãos do destino. Mas ele está de braços cruzados e pernas cruzadas. O corpo fala! Ele não quer saber de mais nada a não ser ficar ali, acomodado, descansando sobre os louros do que obteve de satisfação nas experiências representadas pelas três taças.
Sabe aquela situação em que você fica com alguém, tem uma transa gostosa, e não quer saber de mais nada além disso? Está saciado. Não quer ter o trabalho de investir numa conquista amorosa. Prefere curtir esses prazeres iniciais. Dará trabalho querer solidificar a relação, se comprometer. Há o risco de se decepcionar, da pessoa não ser aquilo que sonhava.
Então, quando te perguntam, foi bom? Você responde:
– Bom, bom, bom não está não.
Porque por mais que haja uma satisfação inicial, isso ainda é pouco. É efêmero. A fome crescerá. O desejo baterá à porta novamente. E nós, para não corrermos o risco de perder o que já conquistamos de bom, preferimos nos acomodar com isso ao invés de arriscar algo ainda melhor, mais gratificante.
Então, há essa conotação de apatia, comodismo, desânimo. Porque a gente fica ali, vendo TV. Tá gostoso curtir essa tranquilidade. Porém, ao mesmo tempo, há um chamado interno para buscarmos novas experiências que agradarão à nossa alma. E o nosso corpo está parado, resistente, apegado ao que houve de bom.
É a luta entre buscar algo mais satisfatório ou ficarmos acomodados no que houve de bom mas que não nos preenche tanto agora. E assim, resistentes, ficamos.
Claro, perderemos oportunidades numa postura tão acomodada e apegada. A pessoa que ficamos e transamos ligará, querendo mais. E não teremos a disposição de aprofundar a relação. Porque o medo de sofrer ainda é maior que o desejo por novas e mais profundas experiências satisfatórias que saciaram a nossa alma.
Beijãozão nocês…
Yub