Estou aqui impressionado com um tipo de repetição na vida de mulheres heterossexuais que têm Plutão na Casa 8… Quando fiz a seguinte pergunta (abaixo) para uma delas, minha cliente faz um tempo, veja o que ela me respondeu:
Eu:
– Você já reparou que seus relacionamentos costumam ter essa carga de dramaticidade? De que todos os caras que você se envolve acabam se mostrando igual ao “fulano de tal” (seu primeiro grande amor)?
Ela:
– É mesmo, Yub!! Eu não tinha reparado…
Quem não tinha reparado era eu. Não tinha reparado no quanto é difícil ter consciência dos padrões repetitivos quando se trata de Casa 8 – a área do inconsciente.
Ela não percebia que os caras de sua vida acabam se tornando “um monstro”, tal como o “fulano de tal.” Como assim um monstro?
O cara vira um perseguidor. O nível de ciúmes, de possessividade, de desconfiança, de medo de ser traído é tão grande, que o cara se transforma num monstro que quer porque quer dominá-la, controlá-la de uma maneira doentia.
As cenas dramáticas de ciúmes e de tentativas de dominação são tão sérias que, em muitos desses relacionamentos, houve violência física entre ela e alguns desses caras. E a violência é um tema comum dessas pessoas com Plutão na Casa 8 que já atendi (e que conheço).
Diante dessa resposta dela, eu vi que era necessário aprofundar no porquê ela atrai esse tipo de cara e os relacionamentos dela ganham esse colorido plutoniano altamente perigoso, destrutivo. É aí que entra a IMPORTÂNCIA da ASTROLOGIA PSICOLÓGICA. Você precisa “psicologizar” um padrão revelado por um posicionamento astrológico para pessoa compreender o que está por trás de comportamentos tão doentios e sofredores.
Claro que ninguém é inocente. Se a pessoa parceira está virando um monstro, estamos fazendo algo para contribuir, para gerar esse comportamento monstruoso em quem convive afetivamente conosco.
No caso de Plutão na Casa 8 (bem como Plutão na Casa 7 e aspectos Vênus, Marte e Sol com Plutão para mulheres; bem como Vênus e/ou Lua com Plutão para homens), o que gera a desconfiança absurda, os ciúmes desproporcionais, as perseguições dominadoras e até mesmo o ódio para com a pessoa parceira é…
…O MEDO DA PERDA!!
Esse tipo de jogo de poder em quem manda em quem, quem domina o outro, tem como pano de fundo o MEDO DE SOFRER. O medo de ser abandonado, traído ou que a pessoa parceira morra!
Então, a estratégia é dominar o outro completamente, deixa-lo completamente fascinado ou dependente de você. E, quem sabe assim, o outro não vá embora e não te abandone. Essa é a forma de pensamento que move a pessoa que tem Plutão na Casa 8. Ela faz de tudo, muitas vezes maquiavelicamente, para que o outro não consiga respirar sem a sua presença na vida dele. Então, quando esse outro começa a se comportar como um psicopata persecutório, transformando sua vida num verdadeiro inferno, aí a pessoa pode se perguntar:
– O que está acontecendo com fulano de tal? Ele está possuído, agindo como um psicopata, como um cara doente!
Porque, de alguma forma, você cultivou esse estado doentio nele, a fim de que ele não te abandonasse, não te traísse.
Quando essa estratégia de deixar o outro completamente fisgado por você é INCONSCIENTE, o susto é ainda maior por ver o outro agindo como um psicopata. No fundo, você reforçou o comportamento psicopata do outro criando ameaças sutis, deixando no ar que poderia abandona-lo, dando a entender que você tem amantes, etc. Tudo para que ele ficasse obcecado por você e não te largasse futuramente.
Então, no fundo, esse comportamento doentio do outro reflete o seu próprio terror à perda, à morte do outro, à traição e ao abandono do outro.
A galera de Plutão em Libra, no final desse Signo, chegou aos montes para mim no ano passado – quando Saturno transitava por essa parte desse Signo. E algumas dessas pessoas tinham Plutão na Casa 8. O trânsito de Saturno por ali deflagrou na prática (como saturno faz) o terror (Plutão) à perda (Casa 8). E muitas vezes os casos foram de violência do parceiro… chegando nesse nível de realidade…
Quando Nise da Silveira (discípula brasileira de Jung), diz que “os mitos condensam experiências vividas repetidamente durante milênios, experiências típicas pelas quais passaram (e ainda passam) os humanos”*, ela estava mostrando o quanto os deuses moram em nós, pois seus dramas são representados cotidianamente por nós.
O mito de Perséfone sequestrada por Hades (Plutão) retrata bem essa condição psicopata da pessoa parceira de quem tem Plutão na Casa 8. Pois a pessoa parceira quer literalmente roubar quem tem Plutão na 8 para o seu reino, para o seu mundo. E não deixa-la respirar, submersa que estará dentro de seu reino, o inferno; e longe da luz da consciência. É uma fundição quase visceral que quem tem Plutão na 8 se envolve ou quer com a pessoa parceira. Qualquer outra condição é rasa, superficial, insatisfatória.
* Página 110 do livro ENCONTROS – NISE DA SILVEIRA (que eu e minha esposa compramos quando fomos ao MUSEU DE IMAGENS DO INCONSCIENTE, no Rio de Janeiro).
Beijãozão nocês…
Yub