A Sacerdotisa: não vá ao outro para dizer nada; deixe ele vir.

No final do ano passado, eu li no perfil de meu amigo Lázaro Freire no facebook uma reflexão bem legal dele. Ele escreveu:
“Toda forma de convencimento alheio gratuito é um DESRESPEITO, uma tentativa de colonização da mente do outro. Uma invasão, uma doutrinação da consciência alheia.”
Eu achei essas frases dele a cara da Sacerdotisa. E tive ainda mais clareza dessa associação quando ele escreveu isto:
“Podemos perfeitamente colocar nossos pontos de vista quando solicitados, nos espaços solicitados, de modo que apenas quem procure aquele tipo de informação a receba.”
Essas percepções dele são MUITO apropriadas para todos nós que detemos alguma forma de saber. Ainda mais quando estamos começando a ter mais confiança nos nossos conhecimentos. Porque nos sentimos metidos, arrogantes, inebriados com esse tipo de poder. E nos achamos no direito de querer convencer o outro, mostrar-lhe a verdade, enfim, estuprar a mente do outro e o ritmo existencial do outro com aquilo que pretensiosamente consideramos correto, valioso, útil.
Pode até ser tudo isso. Mas não nos cabe forçar o outro a enxergar nossos conhecimentos dessa forma. Se o outro quiser mergulhar naquilo que conhecemos, ele precisa fazer o movimento e não ser forçado a isso. 
Repare bem que a Sacerdotisa tem seu livro aberto no seu colo. E ela está parada, sentada. Ou seja, simbolizando a postura de ser receptivo (o fato de estar sentada/parada) à chegada do outro para compartilhar o seu saber (o livro aberto). 
Quem vier, terá oportunidade de desvendar vários mistérios. E ter acesso a inúmeros segredos. Porque os vários véus e peças de roupas que cobrem o corpo todo da Sacerdotisa estão ali para serem sedutoramente tirados. A nudez está ali. E nem toda forma de nudez será castigada… 
Beijãozão nocês…
Yub

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