Há alguns meses, eu tive a ideia – e a vontade – de escrever um post sobre o AMOR. Porém, eu queria tratar esse tema de uma forma diferente. Claro, levando em consideração a ferramenta da Astrologia.
Em conversas com a Cris, o insight inicial começou a tomar forma. Porque a Cris trabalha num abrigo para mulheres que sofreram violência por parte do companheiro. E as prosas entre nós focava a busca de um olhar mais amplo, sábio, compreensivo sobre essa forma de amar. Amar? Violência é uma demonstração de amor?
Anos atrás, eu enchia a boca para dizer que AMOR não é violento. Quando um casal colore a relação com gestos de violência – seja psíquica ou física -, eu considerava que isso poderia ser tudo (doença, perturbação, problema), menos amor.
Mas meu olhar mudou. A compreensão gera um efeito interessante em nós e na nossa forma de ver – e viver – a vida. Considero sim a violência como uma forma de demonstrar AMOR. Porém, isso não quer dizer que APROVO essa maneira de expressar afeto. Embora considere que, muitas vezes, diante de um histórico de vida (educação, principalmente por parte dos pais) e de uma tendência potencial da personalidade (vista no Mapa Astrológico), o amor está vinculado à violência.
E essa inclinação comportamental a viver um AMOR BANDIDO independe de classe social. Porque tenho clientes e pessoas próximas a mim que compartilham comigo episódios de violência em sua vida afetiva. Ao mesmo tempo que temos histórias vivas, reais, que a Cris tem a oportunidade de se envolver no trabalho com as mulheres do abrigo. Enfim, formas destrutivas de AMAR estão presentes na vida de todos, independente de classe social, escolaridade, opção sexual, cor, raça, credo.
Pelo fato de ter assistido o filme AMOR?, do diretor João Jardim, no sábado passado, dentro do projeto Ler-Imagem que alguns professores da Faculdade Newton Paiva bancam, apresentam e comentam, o estopim para publicar uma série de posts sobre este tema acendeu pra valer em mim. E hoje lhes apresento a primeira parte.
Quero falar sobre as diversas FORMAS destrutivas de AMAR, a partir do posicionamento do planeta VÊNUS no Mapa Natal (mas servirá também para a Casa 7; bem como para o Sol e Marte no mapa de mulheres). No fundo, por mais que servirá para ambos os sexos, essas interpretações sobre Vênus e as formas negativas de expressar amor terão como público alvo as mulheres.
Deixe-me, neste post, contextualizar o fundamento sobre o qual se assentará o tipo de reflexão e informação que transmitirei nos proximos posts.
Meu interesse nesse assunto ganhou uma inicial forma quando fui ler um texto. Esse texto foi apresentado por um dos professores da Cris, a qual faz faculdade de Psicologia. Faz parte de uma das disciplinas que ela estuda no atual período em que se encontra. E se chama: ENTRE AMOR E VIOLÊNCIA – do livro Sexo, Amor e Violência, de Cloé Madanes.
Selecionei este trecho:
“Todos os problemas trazidos na terapia podem ser pensados como originários do dilema entre amor e violência. A principal questão do ser humano é amas, proteger e ajudar o outro, ou intrometer, dominar e controlar, provocando dano e violência (…)
“Violência pode também ter a função de obter amor. Uma criança pode bater no seu irmão para ser punido pelo seu pai, que, de outra forma, estaria indiferente a ele. A punição torna-se um ato de amor no qual ele expressa preocupação mais do que indiferença.
“(…) Poder é usado como vantagem pessoal. Pessoas são, principalmente, motivadas pelo desejo egoísta de se satisfazerem, e as relações são, na maioria das vezes, baseadas no interesse. Cada meta do indivíduo parece ser para dominar e para seu próprio benefício.
“(…) Uma criança pode buscar castigo como um meio de obter atenção. Uma esposa pode desenvolver um sintoma de incapacidade na esperança de despertar a preocupação do parceiro. Rivalidade, discriminação, antagonismo e desavenças são frequentemente baseados no desejo de ser especialmente favorecido. O desejo de ser amado e apreciado pode externar as melhores qualidades da pessoa, mas, também, resultar em irracionalidade, prejuízo e egoísmo.”
VÊNUS – no Mapa Natal – representa o desejo de cada pessoa ser amada e apreciada. E a forma que cada uma pode buscar esse amor e essa apreciação (Vênus) dependerá dos Aspectos que esse Planeta faz no Mapa Astral. E, claro, o lado negativo desse desejo, por mais que seja colorido pela expressão/característica dos Aspectos de Vênus, a causa é uma incógnita. Histórico de vida, nível cultural, vidas passadas (para quem acredita, como eu), etc.
Porém, o interessante é verificar a interação familiar, como os pais e avós se relacionaram, e as primeiras experiências amorosas que cada pessoa teve. Porque, por exemplo, uma pessoa com Vênus em Aspecto com Plutão (ou Plutão e/ou Escorpião na Casa 7), que viu seu namorado (Vênus) morrer (Plutão), pode ter muito medo de passar por essa experiência novamente em uma futura relação.
E, portanto, a causa dessa pessoa não romper um relacionamento afetivo que já está morto há muito tempo, mas que ela não admite, pode ser para evitar a dor da perda que sofreu com outra pessoa no passado. Esse tipo de postura é muito comum em quem tem Vênus em Escorpião, Vênus em Aspecto com Plutão ou Escorpião e/ou Plutão na Casa 7. Ou seja, para não sofrer novamente com mais uma perda (Plutão) afetiva (Vênus), tal pessoa se submete a situações bizarras de abuso, dominação, controle e até mesmo violência (Plutão) por parte da pessoa parceira (Vênus).
Outro trechinho:
“O desejo de amar e proteger pode revelar nossas mais altas qualidades de compaixão, devoção, generosidade e bondade. Traz também à tona intrusão, possessão, dominação e violência. Intrusão e violência são, frequentemente, justificadas em nome do amor.”
VÊNUS também mostra nossa forma de amar e proteger, não apenas como desejamos ser amados e apreciados. Podemos, então – mesmo que inconscientemente -, gostarmos de receber a expressão do amor de forma violenta. E o tipo de violência que consideramos uma maneira de sermos amados dependerá do Planeta que aspecta Vênus em nosso Mapa Natal.
Um exemplo do quanto uma experiência na infância ou mesmo adolescência pode nos marcar durante muito tempo. E termos medo de repetir essa situação afetivamente dolorosa no futuro.
Tenho Vênus em Sagitário na Casa 9 em oposição com Saturno em Gêmeos na Casa 3. Quando eu tinha uns 9 anos, viajei para Santa Catarina com meus pais. Na verdade, vivíamos viajando por esse Brasilzão.Ficamos num hotel. E ali, me chamou atenção uma garotinha. Eu criança me senti atraído por essa menina. Porém, antes mesmo de ter a oportunidade de me aproximar dela, em determinado dia, eu cheguei na janela do hotel. E coincidentemente eu vi essa menininha com seus pais e irmãos entrando no carro repleto de bagagens. Ela estava indo embora.
Aquela cena foi um baque pra mim. Marcante, dolorosa, sofrida. E me senti abandonado, rejeitado e desamparado (Saturno) em meu amor por ela (Vênus), por conta de que ela estava viajando (Sagitário/Casa 9) para longe de mim e nunca mais a veria.
Essa situação se repetiu em um romance com uma garota que realmente estava gostando (Vênus), por volta dos 19 anos, lá em Sete Lagoas (para onde ia todo final de semana). O vínculo afetivo (Vênus) foi cortado (Saturno) por conta da mudança/viagem (Sagitário) da garota (Vênus), que se mudou de lá e foi morar em Brasília.
Por que estou compartilhando isso?
Porque tenho uma tendência a considerar que os potenciais e os tipos de amor caracterizados (Vênus) em nosso Mapa Natal parecem ser uma espécie de profecias que se autorrealizam. Falarei melhor sobre essa questão no próximo post…
Obs.: Estou desenvolvendo um novo produto de Numerologia para o Personare. Está na fase final. E meu tempo disponível para os blogs está curto. De todo modo, me disciplinarei aqui para continuar diariamente esse tema…
Beijãozão nocês…
Yub