Você já deve ter brincado de JOGO DOS ERROS, né? Aquele que você, numa palavra cruzada, se depara com duas figuras. E tenta observar o que há em uma e não há na outra.
Foi fazendo isso com duas figuras dO Diabo de dois Decks que identifiquei um detalhe interessante. Num, os escravos estão com as mãos visíveis. Noutro, estão com as mãos escondidas, atrás do corpo.
Veja!
Então, me lembrei de um atributo dO Mago: a arte de enganar. Ele faz isso com as mãos. Na verdade, é o Arcano que melhor simboliza as habilidades manuais.
O Mago também é um Arcano que simboliza a vontade. Ele quer muito. Na verdade, quer um tanto de coisa, está cheio de energia. Só não tem muito foco. Porque é distraído. E também leva à distração. Como? Ao usar suas mãos para manusear aquele tanto de instrumentos presentes em sua mesa.
Sabe aqueles caras que ficam manuseando três copinhos e passando a bolinha por eles? E pergunta em qual copo a bolinha está? Apostando grana e enganando as pessoas graças ao uso desse recurso manual? Eis O Mago em praça pública!
Por ser um Arcano que privilegia o uso das mãos e está tão estreitamente ligado à vontade, à energia de colocar as coisas em movimento, esse detalhe reforça o que a leitura corporal fala sobre as mãos:
É a exteriorização da vontade.
Quando você quer algo, você vai lá e o pega, não é mesmo. A mão é o prolongamento de suas intenções.
Assim, ao ver as mãos dos seres aprisionados pelo Diabo, fico aqui vendo o quanto a vontade mal direcionada e empregada pode ter sido a causa da sua prisão. Ou o fato de ter escondidos suas intenções é o que o levou a uma enrascada.
A pessoa que usa do seu querer de uma forma ilícita (escondida), uma hora ou outra irá se ferrar. Ou simplesmente já está aprisionada ao seu autoengano. Presa num vício.
Eis O Diabo e O Mago nos ensinando a ter consciência sobre o que queremos e, principalmente, ao modo de conseguir o que queremos. Pois o risco de cairmos nas armadilhas da enganação é imenso. Seja engando ou sendo enganados. Aliás, no fundo, enganar e ser enganado fazem parte do mesmo pacote.
Podemos nos achar muito espertos por enganar o outro, mas, no fundo, estamos enganando é a nós mesmos. E nos aprisionando num estilo de vida que dificilmente encontrará sua carta de alforria se não nos conscientizarmos da burrice que a esperteza representa.
Beijãozão nocês…
Yub