Caraca, véi… Isso é que é uma versão densa e nem um pouco água com açúcar da fábula de Branca de Neve e os Sete Anões… A Branca de Neve não é aquele xarope… o príncipe não é um bolha. E os sete anões são feiticeiros e guerreiros. Eram mineradores. Usavam seu tamanho para explorar as minas em busca de jóias preciosas…
Bom, mas não quero falar disso. Quero abordar um perfil de mulher que tem tudo a ver com a Rainha Má representada por Charlize Theron em Branca de Neve e o Caçador.
Eu vejo muitas mulheres como a Rainha Má. Elas se sentiram tremendamente machucadas em uma ou mais histórias de amor. Foram trocadas por uma mais jovem (e daí vem o uso da Magia da Rainha Charlize em sugar a jovialidade das mulheres da aldeia para si). Prefere matá-las a perder mais uma vez o seu homem para alguma piriguete.
Quando nova, sua mãe fez um feitiço para a pequena Charlize vingar o que ocorreu com sua progenitora e o povo de seu reino. Daí em diante ela não confiou em mais ninguém. Muito menos em outro homem. E quem busca vingança, procura poder. Por meio de uma posição poderosa, ela terá condições de continuar subjugando os homens. Não qualquer um. Mas o rei de cada feudo.
Um desses reis é o pai de Branca de Neve. Ele é seduzido pela bruxa Charlize numa emboscada. Foi querer mostrar-se poderoso, guerreiro, “macho”… e se fudeu. Não sofreu o luto de forma madura pela perda da rainha (mãe de Branca de Neve). Não vivenciou seu lado yin (ânima) e acabou sendo atraído por um perfil de mulher que aniquilaria seu yang (seu poder masculino). Uma ânima negativa, destrutiva, na ardilosa Charlize..
Obs.: Muitos homens, por não lidar bem com seu lado feminino (yin, ânima), acabam se sentindo atraídos por uma mulher altamente “masculinizada” ou muito ambiciosa, poderosa, com um yang acentuado. E acabam vítimas desse poder delas… Quando não ficam num cabo de guerra danado em quem manda em quem, quem controla quem.. enfim, num jogo de poder destrutivo…
A questão é que as mulheres que foram feridas emocionalmente e não mais confiam em ninguém (“homem é tudo igual!”) acabam matando em si o seu lado feminino, yin, receptivo, acolhedor, protetor, maternal. E viram uma mulher obcecada pelo poder, pelo mando, pelo controle.
E nunca estão satisfeitas. Quanto mais puderem se manter numa posição de destaque, fazendo de seus homens uns fracos (para enaltecer sua superioridade em relação a eles), melhor. E, portanto, querem sempre mais, mais e mais.
O preço que se paga é muito alto. Porque querer manter-se constantemente no poder, no controle, mandando e se colocando como superior, é altamente desgastante… É cansativo… É exaustivo… Mas é compreensível… Pois são mulheres que não querem mais amar. No fundo, querem ser amadas. Mas não querem demonstrar amor. E essa é uma equação que não existe na matemática da vida…
Consequentemente, a Rainha Charlize sente que precisa de um poder que ainda não tem… que não adianta mais sugar a energia jovial das outras mulheres… não adianta mais colocar botox, fazer plástica, tomar pílulas e vitaminas mil… está envelhecendo… muito mais diante do cansaço de não mais aceitar sua natureza, suas feridas emocionais… E de querer manter-se rainha controladora, dominadora, autoritária, mandona.
O nível de medo de amar é proporcional ao da força controladora… o medo de se entregar, que demanda vulnerabilidade, confiança e receptividade (yin/feminino) ao outro, é imenso. Mas é o que, no fundo, ela mais almeja… Vemos isso no simbolismo da ambição dela: ela quer o coração (símbolo mor do amor) de Branca de Neve.
E o verdadeiro poder, o poder de amar e ser amada (como Branca de Neve), só é conquistado quando a mulher enfrenta a Floresta Negra dos seus medos de ser traída, machucada, enganada e rejeitada… Não tem como… Amar é estar em completa e absoluta vulnerabilidade… O outro pode terminar ou se interessar por outra a qualquer momento… e nenhuma estratégia (engravidar, manipular, dominar, controlar) consegue mantê-la no reino de interesse de um homem… Mas enfrentar essas feridas ali na Floresta Negra do inconsciente é fundamental…
Somente assim a mulher descobrirá uma maneira de expressar seu lado Yang (buscar independência, autonomia, tendo coragem e iniciativa) de um jeito afetivo, compreensivo, amoroso, tal como Branca de Neve. Ela encarna bem uma mulher que integrou o feminino e o masculino em si… o yin e o yang, a sombra e o ânimus.
Ela vira a rainha de seu reino. E atrai para si a admiração e o interesse de homens que têm a ver consigo, que estão na mesma sintonia que ela… Branca de Neve é um exemplo mitológico dessa dinâmica psicológica.
Obs.2: Agora que tô pensando aqui… esse post talvez fosse mais apropriado de ser publicado lá no blog de Tarot. Porque estou falando da RAINHA DE ESPADAS… Charlize Theron, a Rainha Má, é a Rainha de Espadas…
Beijãozão nocês…
Yub