Eu gosto de observar os padrões, ou melhor, a repetição de determinada experiência. E identificar nestas experiências que se repetem um significado, um propósito. Por isso, escrever no diário é algo tão útil pra mim.
Porque vou registrando ali determinadas situações e suas repercussões. Quando circunstâncias similares ocorrem de novo e, ainda por cima, vêm acompanhadas de efeitos semelhantes, eu tento encontrar um padrão aí.
Foi assim com a questão do choro. Eu não sou um cara de chorar facilmente. Por mais que me sinta emocionado pra caramba, é difícil sair uma lagrimazinha sequer. Para eu chorar, de sair várias lágrimas mesmo, pode saber que é algo muito forte, muito impactante – e diante do qual não consegui mais controlar minhas reações, minhas emoções.
Dia desses, olhando para trás (nesses últimos seis anos, desde quando estou junto com a Cris), percebi o quanto as vezes em que eu chorei foram extremamente revolucionárias. Sim, o choro – pelo menos na minha vida – sempre representou um marco de transformação.
Sabe aquelas histórias de antes de tal coisa ocorrer e depois que tal coisa ocorreu? a.C e d.C… Pois é… é assim comigo, com relação às vezes que eu chorei. Chorar para mim é uma expressão de humildade. É uma reação que revela a minha incapacidade de controlar as situações ou de suportar determinada situação. É a expressão de minhas limitações, o reconhecimento de meu orgulho e de meu lado controlador altamente ineficaz…
Chorar, pra mim, é o símbolo de minha vulnerabilidade e de minha incapacidade de controlar tudo e todos, como eu me considerava capaz, justamente para, assim, tentar mudar determinada situação.
Por isso, chorar pra mim é uma baita experiência de humildade, vulnerabilidade e, portanto, de abertura aos milagres da vida. Porque eu, por mim mesmo, não estou conseguindo mudar o rumo dos acontecimentos. E agora, com o choro, dou mostras de que agora eu só posso contar com algo além de mim, de minhas próprias forças egóicas.
É justamente aí que o milagre entra, preenche o vazio, recompensa a verdadeira humildade. E me faz perceber claramente o quanto que a humildade tem a ver sim com HUMILHAÇÃO. Só que com um precioso detalhe: é a HUMILHAÇÃO para o EGO, o qual se vê incapaz e exorbitantemente limitado para querer controlar e direcionar as coisas.
É impressionante o efeito transmutador, transformador e altamente construtivo que o choro desencadeia na minha vida. Até brinco para a Cris dizendo que eu deveria chorar mais… hehehe A última vez ocorreu no ano passado, no nível mais profundo daquela condição “sem saída” que um Ano Pessoal simbolizado pelo 9 pode representar… A partir dele, um baita renascimento começou a nascer…
Beijãozão nocês…
Yub