A partir do que escrevi ontem sobre as diferenças entre os preceitos de Eckhart Tolle e Deepak Chopra, recebi alguns e-mails. E um destes, de uma Querida Amiga, me deu a oportunidade de refletir melhor. Percebi com mais clareza certos detalhes sobre o processo de co-criação. E notei que minha visão dessa vivência mudou.
Então, compartilho agora com vocês essas novas percepções envolvendo a co-criação. Para isso, colarei aqui o que essa amiga me escreveu. Vejam o que ela disse:
Comigo foi assim, as coisas que eu desejei ardentemente vieram ao meu encontro e eu já não estava mais lá, já não queria… ou já não suportava mais esperar… estava mto ansiosa, sei lá o que acontecia, mto estranho!
E o engraçado é que chegou um momento que eu estava tão ansiosa que tudo começou a dar errado, tava faltando “sustânça”, sabe, o lado terra da história p/ me estabilizar… (Não tenho nenhum planetinha em casas de terra no meu mapa natal!!)
Aí, um dia eu estva fazendo uma leitura de evangelio no lar (prática espírita) e me veio na cabeça “insista!”, num momento que eu já havia desistido de todos planos… Aí.. cenas do próximo capítulo. Estou só observando p/ ver o que vai acontecer. Mas as coisas já começaram a acontecer, sem a minha interferência.
YUB: hummm… não sei se entendi direito… ainda mais nesses tempos de Mercúrio Retrógrado… rsrs Não sei se vc poderia nos dar um exemplo prático do que criou (isto) em vez do que queria (aquilo)… Se puder, ÓTIMO! Se não puder, vou tentar escrever aqui alguns detalhes, os quais – creio eu – demonstrarão se entendi ou não o que vc disse nos parágrafos anteriores.
A questão do “tempo ficar meio desencontrado”, eu vejo assim:
Aquilo que queremos chega quando “desistimos” desse mesmo querer. É até hilário. O ego participa da co-criação. Ele entra com o desejo. Só que esse objeto de desejo do ego chegará quando ele não mais querer esse algo… rsrs Na verdade, quando ele não mais PRECISAR ANSIOSAMENTE desse algo.
O “desistir” – sincero, real, muitas vezes repleto de desabafo revoltado por parte do ego – nada mais é do que ele não mais ficar esperando ou agindo ansiosamente no rumo daquilo que deseja. É quando o ego se coloca em harmonia com o Self. E é esse tempo INTERNO (de sincronia entre EGO-SELF) que parece desencontrado com o tempo EXTERNO.
E vejo que a co-criação ocorre de fato (com a realização do desejo) quando há essa sincronia (efetiva parceria) entre EGO-SELF. É como se essa sincronia fosse o adubo, o fertilizante natural e de muita potência, que faz a semente plantada do desejo florescer, ocorrer, se materializar.
Enquanto o ego não atinge o estado de espírito de entrega (o “desistir”), há muito desgaste de energia por parte das tentativas de controle, repletas de ansiedade e expectativa, do ego.
Na terapia, tenho percebido essa sutileza de uma forma que não está parecendo nem um pouco sutil. rs Ou seja, o ego é repleto de expectativas, desejos e se envolve – muitas vezes afoitamente – na conquista do que almeja. Porém, isso só avacalha o processo.
Podemos até criar por ações e decisões egóicas as condições que nos darão aquilo que o ego deseja. Mas serão repletas de ansiedade, de desgastes, de confusões, de conflitos – internos e externos.
Vejo que quem deseja é o ego mesmo. Mas quem deve criar as circunstâncias de vivência desse desejo é o SELF. Quando estas são criadas via SELF, existe NATURALIDADE na ocorrência dessas condições para se obter o que o ego deseja. Chega no DEVIDO MOMENTO, no tempo APROPRIADO para tais vivências.
Ou seja, quando o ego cria uma situação à base de muito controle, ansiedade, expectativas e conflitos, ele vive o que deseja – mas à base desses contratempos, desses desgastes. Quando o self cria uma situação, esta ocorre de forma NATURAL, mais harmoniosa e sem desgastes.
Tenho visto essa diferença com muita clareza, graças à terapia junguiana que tenho feito desde o início do ano. Porque o objetivo dessa terapia é ser conduzido conscientemente pelo Self. Então, a gente percebe quando é o ego que tá no controle e quando ele está em harmonia, sincronia e enriquecedora parceria com o SELF.
Beijãozão nocês…
Yub
Mas qdo aconteceu eu pensei “nossa, eu que criei isso.. mas na verdade, o que eu queria era AQUILO”!!
É como se as coisas acontecessem fora do tempo de preparo que eu preciso para receber… pois a criação não acontece no nível fenomênico, mas apenas mental, aí o tempo de tudo fica meio desencontrado… vc percebe isso?