Eu costumo dizer que cada Arcano do Tarot nos mostra tanto um problema quanto a solução para o mesmo. Porque o problema tende a ser a expressão negativa dos atributos da Carta. E a solução representa a vivência positiva do que essa Carta representa.
Não sei se você – que joga o Tarot todo dia, pelo menos para ver qual é a sua Carta do Dia – já reparou no seu estado de espírito quando seu inconsciente sabiamente retira A FORÇA do maço de cartas. Na maioria das vezes, já sei que o Arcano 11 dará o ar de sua graça. Porque ela sai nos dias em que estou fervendo por dentro. Estou em ebulição. Tenso, controlador, intenso demais. Estou para exemplificar aquele ditado: “matar um leão por dia.”
Ou seja, será um dia estressante. Será um dia intenso. Será um dia em que minha vontade estará querendo porque querendo se impor e conquistar o que almema. E aí se aparecer algo ou alguém me apresentando obstáculos ao meu querer. O rsico de explodir e passar por cima de tudo e de todos é imenso. “Um dia de fúria.”
Será? Será que TEM de SER assim quando A Força sai no Tarot????
Há algum tempo, eu cansei disso. É muito desgastante viver a vida – mesmo que seja em um único dia – nesse estado de tensão, ansiedade e baita stress. Tratei de mergulhar na carta e no que eu poderia fazer de diferente para sair dessa condição estressante.
Um dia em que saí com A Força, eu encontrei a saída para não viver sob esse estado corrosivo de ansiedade. Foi meio ao acaso. Enquanto cagava fazia minhas necessidades fisiológicas, eu lia um trecho do livro O PODER DO AGORA. Sabe a parte final? Aquela que é a MELHOR de todas, que vem após páginas e páginas bem chatas do meio indo para o final? Pois é… esta mesma.
Depois da leitura de tal trecho, fui viver meu dia. E notei – surpreendentemente – que meu corpo estava relaxado. Cadê aquele tenso controle que me dominava momentos antes?? Acho que dei descarga nele também. Porque simplesmente sumiu. Em troca, surgiu um estado sereno, tranquilo.
Veja aqui o semblante da moça que domina o leão:
Não é fenomenal? Pois é… o sobrenome dela é… ACEITAÇÃO. A serenidade só vem quando aceitamos as coisas como elas são. Porque ao ACEITARMOS qualquer situação (considerada ruim ou boa), a preocupação some. Nossa preocupação stressante surge em função da nossa RESISTÊNCIA ao que é. Achamos que temos controle e energia suficiente para evitar o ruim e atrair apenas o bom.
Ontem vi um exemplo prático disso. No jogo da Eurocopa, eu observei um técnico sofrer horrores a cada ataque do time adversário. Ele se contorcia, fazia caretas e tudo o mais. Achava que poderia evitar o gol soprando a bola. Enfim, uma tentativa abissal de controle. Opa! Isso serve para o Bernardinho:
Sofre a cada lance. Porque queria que tivesse sido diferente. Que um jogador se posicionasse melhor na cobertura, fizesse um bloqueio na diagonal, fechasse a paralela. Pra mim, isso simboliza nada mais nada menos do que uma INSATISFAÇÃO imatura COM O QUE É. Não tem jeito de mudar o que já foi. Nós não temos o controle de direcionarmos a vida para o que queremos.
Mas quando saímos com A Força, nós achamos que temos essa… força. Consideramo-nos suficientemente especiais para dirigir as forças da vida e obtermos o que queremos. Queremos e prontos. Ai se não conseguirmos. A violência explosiva da Força irrompe poderosamente.
Quando percebemos que a força da vida é infinitamente maior que a de nosso ego, relaxamos. Percebemos o desgaste inútil de energia que é tentarmos controlar a tudo e a todos para que não vivamos algo que não queremos e consigamos o que desejamos. A vida fica estressante e cansativa. É um stress que enche o saco, drena nossa energia.
Ao relaxar, ao soltar as rédeas com as quais almejamos laçar cada pessoa e evento de nosso dia-a-dia e da vida como um todo, vem a serenidade expressa pela face da mulher que domina o leão dA Força. E aí, ironicamente, ocorre o que Eckhart Tolle escreve na página 183 de O PODER DO AGORA:
“Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso, de luz. Nesse estado, nada depende das coisas serem boas ou ruins. É quase paradoxal, mas, como já não existe mais uma dependência interior quanto à forma, as circunstâncias gerais da sua vida, as formas externas, tendem a melhorar consideravelmente. As coisas, as pessoas ou as circunstâncias que você desejava para a sua felicidade vêm agora até você sem qualquer esforço, e você está livre para apreciá-las enquanto durarem.”
Beijãozão nocês…
Yub