Vejo muitos amigos e conhecidos (não somente homens, mas mulheres também) completamente “sem vida” dentro de uma relação. Estão num relacionamento seco, árido. Um vínculo marcado pelas obrigações institucionais, pelos deveres de trabalhar, cuidar dos filhos e da casa.
Isso sempre me assombrou. Nunca quis ter uma vida assim. Na verdade, eu nunca me vi desejando casar. Mas quando encontrei a Cris e iniciamos nosso namoro (em 2005), eu vi que teria prazer de conviver diariamente com ela. Por causa das nossas afinidades. Pelo prazer que seria viver a vida ao lado de uma mulher como ela. Do quanto um estimula o crescimento do OUTRO.
Então, ontem (Domingo), dia 12/01/14, meu amigo Gustavo Amorim compartilhou este link no facebook.
http://tvbrasil.ebc.com.br/conexaorobertodavila/episodio/carlos-byington-e-o-entrevistado-da-noite
O psicanalista Carlos Byington foi entrevistado pelo Roberto D’ávila. Claro que fui imediatamente assistir.
O cara é fera. Ele ganhou meu respeito pela capacidade de aliar Freud e Jung. Seu trabalho é todo baseado nesta COMPLEMENTAÇÃO da psicanálise e da psicologia analítica.
Pesquisei sobre ele e descobri seu site. Fiquei mais maravilhado ainda com este artigo (ele analisa as questões simbólicas envolvendo o filme O ILUMINADO):
http://50.97.119.32/~carlosb/site/wp-content/themes/drcarlosbyington/PDF/pt/o_iluminado.pdf
Como estou no Ano Pessoal 4 (Trimestre Pessoal 4) e Mês Pessoal 5 agora em JANEIRO de 2014, estou numa fase de questionar (5) e adquirir uma perspectiva mais ampla (5) sobre a instituição família (4) e do próprio casamento (4).
Seleciono um trecho:
“Na nossa cultura, foi tão intensa a organização patriarcal do casamento, que ele se
tornou uma instituição para se criarem os fIlhos: a função do homem era ser bom pai; a da
mulher ser boa mãe. O ideal da instituição patriarcal do casamento é criar filhos para continuar
a tradição das instituições. O casamento tradicional era tão importante para o futuro da
sociedade patriarcal que chegou a ser programado desde o nascimento dos cônjuges nas
famílias de maior poder social.
O casal foi moldado para criar filhos. Muitas sociedades usaram a clitoridectomia para
reduzir o orgasmo das mulheres e melhor submetê-Ias ao papel de mãe. Em nossa cultura isso
não se fez fisicamente. O que não impediu que se fizesse funcionalmente, ignorando-se o
clitóris e toda a sexualidade da mulher; chamando-se a atenção apenas para sua frigidez.
Reprimida toda a criatividade sexual do casal, criou-se até uma estereotipia que o brasileiro
expressivamente chamou “papai e mamãe”. Para confirmar a redução maciça do casamento à
função parental, os cônjuges passaram a ser chamados pais. Muitas vezes se chamam “pai” e
“mãe” entre si.”
Byington mostra bem o quanto muitas vezes nossa liberdade (5) pode ser reprimida (4) pelos deveres sociais-familiares (4). E o grande barato é darmos conta tanto das nossas responsabilidades familiares e profissionais (4) de uma forma prazerosa, com tempo para desfrutarmos da liberdade (5) de cumprirmos nossas tarefas cotidianas (4) de uma forma diferente, criativa, original (5).
Quando não ficamos presos a obrigações, vendo-as como castradoras (4) de nossa independência e liberdade (5), não colocamos um peso maior do que o necessário diante dos deveres (4). Somos capazes de encontrar espaço (5) para o prazer (5), como no sexo dentro do casamento e ter espaço para a criatividade dentro da própria dinâmica familiar.
Isso não é fácil. Porque a tendência é ficarmos facilmente sobrecarregados pela rotina e pelos hábitos (tradicionais e convencionais). Daí a importância de não nos acomodarmos. E de buscarmos novos estímulos, experiências e prazeres (5) para nossa vida familiar e conjugal (4).
Beijãozão nocês…
Yub