Chegando na Biblioteca, eu procurei no sistema a localização dos livros de Epicuro. Fui até lá e não encontrei nenhum! Então, pensei em pegar algum do Joseph Campbell. Havia apenas O Poder do Mito disponível. Peguei ele. Faltava locar mais um para esgotar a quota que tinha direito.
Nesse instante, fiquei na dúvida em pegar ou não Crime e Castigo. Decidi que não. Eu iria pegar mais um romance policial. Mas pra que pegar um ali na Biblioteca se eu tenho alguns que não li em casa e posso lê-los agora? Porém, eu me lembrei de um que está sendo muito bem elogiado: O Aliciador! Este eu não tenho e na biblioteca tem.
Olhei no sistema sua localização nas estantes. Anotei. Verifiquei ali mesmo no computador se ele estava locado ou disponível. Disponível. Fui até lá e não o encontrei. Então, me encaminhei para a estante em que os livros recém-devolvidos se encontram. Também não estava lá.
Assim, pedi ajuda a uma funcionária. Expliquei a situação. Ela fez o mesmo trajeto meu. E não o encontrou. Só podia estar lá no andar debaixo, primeiro local de devolução dos livros, onde a gente os loca e devolve. Fui até lá e pedi para a funcionária verificar se O Aliciador se encontrava naquela pequena pilha de dois andares de livros recém devolvidos.
À medida que ela levantava o livro do andar de cima e via o que estava embaixo, tanto na prateleira de cima quanto na debaixo, eu a acompanhava com o olhar atento. Se ela não visse – Mercúrio Retrógrado – eu veria e lhe mostraria.
Porém, NADA! Na última pilha de dois andares que faltava verificar, ela levantou o de cima e sabe qual se encontrava embaixo?
Não, não era O Aliciador…
Isso! Era CRIME E CASTIGO!!!!!
Sorri. É… preciso mesmo ler esse livro, pra já!
E disse que ela poderia pegar esse mesmo, esse último que ela mexeu.
Você acha que acabou aí? Que esse evento foi sincronicidade suficiente para me levar a ler Crime e Castigo? Não. Tem mais.
Saí dali e fui até o consultório de meu psicólogo junguiano. Na consulta, ao relatar e fazer breves comentários sobre os três últimos sonhos relatados, eu compartilhei com ele o quanto meu inconsciente parece me dizer para desenvolver certo tipo de personagem.
Papo vai, papo vem, ele e eu vamos aprofundando na prosa e na importância psíquica que o desenvolvimento e a expressão de certo estilo de personagem nesta atividade criativa que nutrirá minha ânima será fundamental para esta etapa de meu processo de individuação.
E ele solta esta:
– Você já leu Crime e Castigo, do Dostoievski????
😀
Sorrio amplamente e retiro de minha mochila o exemplar que acabara de locar. Compartilhei com meu terapeuta junguiano as sincronicidades e o contexto que envolveram esse livro. rsrs
Então, a cada noite, me dedicarei à leitura de CRIME E CASTIGO. Ontem mesmo já comecei. Meu inconsciente deu provas cabais da importância dessa leitura para esta fase existencial em que vivo.
Beijãozão nocês…
Yub