Nessa 6a.feira, fui com a Cris (e com meu primo Chiao Sheng e minha cunhadinha Lu) assistir o filme “Além da Vida” (HereAfter). Fui no escuro, sem nem ler a sinopse. Meu primo havia falado que era sobre Experiência de Quase Morte. Tema que eu gosto. E a Cris me dissera que o Diretor é o Clint Eastwood – de quem sou fã. Então, às 18:30h, lá estávamos nós.
Gosto de estórias em que há várias tramas (de vários personagens), principalmente quando há uma bela conexão entre elas no final. É o que ocorre neste filme. Mas o que mais me chamou a atenção foi a “imposição do destino.” Há certos caminhos que PRECISAMOS percorrer: um relacionamento a estabelecer, uma vocação a cumprir, uma profissão a seguir, uma postura existencial a desenvolver.
Eu vejo pessoas que não assumem sua vocação. Procuram um emprego que lhes ofereça dinheiro. Escolhem seu emprego com base no status, no que podem obter de grana mais facilmente ou mesmo por opção familiar. Já fui assim. Sei bem como é. E muitas dessas pessoas, inclusive, adquirem uma bela posição por meio de tal trabalho. Porém, em determinada época da vida, o destino se faz presente. Vem com mão de ferro, quase nos empurrando para uma determinada – e diferente – trilha profissional, por exemplo.
Nesses casos, pessoas que resistem a seguir essa alteração de rumo sofrem demais. Quanto mais colocam resistência para cumprir com determinado sonho profissional ou vocação, mais a vida delas trava. E a tristeza, depressão, melancolia e insatisfação se tornam cada ano maiores.
O bonito é ver o poder de decisão desencadeando uma série de “coincidências positivas” quando a gente opta por, enfim, parar de resistir. Quando a gente faz a escolha de dar uma banana para a sociedade, para os padrões familiares, para as cobranças sociais e para a incompreensão que receberemos das pessoas mais próximas por termos decidido fazer o que REALMENTE amamos, putz, uma cacetada de circunstâncias vão sendo apresentadas a nós de um modo muito favorável. Parece que a Vida diz SIM – e PARABÉNS – pela decisão tomada.
Isso ficou bem visível pra mim na vida de dois dos três protagonistas do filme (não posso dizer quais são, porque estragaria o prazer dessa descoberta quando você assistir).
O detalhe é que o que chamo de DESTINO, essa mão impositiva que nos empurra para o caminho de nossa alma, é nada mais nada menos do que nosso Self/inconsciente ganhando a batalha contra a natural resistência egóica. Quando as vozes do ego (comodismo, medo, resistência, falta de confiança) são sobrepujadas pela voz do Self/Inconsciente, tomamos um novo rumo na nossa vida. E esta ganha um colorido muito mais atrativo, prazeroso e satisfatório.
Acaba que, pra mim, o tema da experiência de quase morte (vida além da vida) ficou como pano de fundo. Ainda mais que o filme aborda esse tema de um modo NEM UM POUCO SENSACIONALISTA, ESQUISOTÉRICO, EXAGERADO. Clint Eastwood dá o tom certo, sutil e poderoso. Nosso inconsciente capta. E isso é o suficiente para driblar as defesas de nosso ceticismo e de nossa árida intelectualidade, os quais costumam erguer barreiras contra a existência após a morte…
Beijãozão nocês…
Yub