Saudações INTERDISCIPLINARES, TRANSITANTES e FUTURISTAS a todos!!
Freqüentei durante algum tempo a reunião de desobsessão no Centro
Espírita em que eu e a Cris atuávamos aplicando passes em outra reunião (em um
outro dia). Estava exercendo a função de médium de suporte, ficando ao redor da
mesa onde estavam coordenadores/”doutrinadores” e médiuns.
Foi uma época muito rica pra mim. As experiências vividas ali estão
tatuadas em minha alma. O tanto que aprendi nessas reuniões de desobsessão é
algo extremamente gratificante. E, talvez, mais rico ainda seja o que compreendi
sobre a dinâmica existente ali dentro, bem como o rumo que vislumbro a ser
tomado pelos Centros Espíritas num futuro (que espero ser próximo).
Pra quem não sabe, muito antes da minha atuação ali no Nova Luz,
alguns anos atrás, eu era um dos médiuns de outro Centro Espírita, a Fraternal.
Entre o meu trabalho como médiun na Fraternal, incorporando Erê, Sacerdote
Oriental e Cigano, e a minha participação como passista e médium de suporte nas
reuniões de desobsessão, eu fiz o Curso de Filosofia na PUC e me envolvi com a
Numerologia, a Astrologia, o Tarot e as pesquisas na área da Psicologia
Analítica (Junguiana).
Por que estou dizendo isso??
Porque minha visão mudou, meu olhar se tornou mais simbólico a
respeito do processo de incorporação e das atividades que ocorrem dentro de uma
reunião de desobessão. Vim de um centro de umbanda e cheguei num centro
kardecista (“mesa branca”). E a ponte que me levou a ligar um ao outro foi a do
Simbolismo. Passei a encarar as incorporações como a expressão do inconsciente
do médium e de todos que se encontram ali, na reunião de desobsessão. Não nego
que havia a influência espiritual na jogada, com a presença de espíritos. Eu
apenas afirmo (e posso estar redondamente enganado) que ampliei meu olhar
perceptivo da incorporação.
Ao observar atentamente os médiuns, a vida de alguns deles,
estabelecendo um vínculo, um convívio, um diálogo e uma troca com eles,
principalmente FORA da reunião de desobsessão, percebia que esse olhar ampliado
sobre o material que o médium trazia para suas incorporações e suas
manifestações mediúnicas ganhou uma nova profundidade.
Percebi que, na verdade, aquela reunião de desobessão era uma terapia
“espiritualista” de grupo. Não era uma terapia apenas para o médium, mas para
todos nós que compúnhamos a mesa, seu suporte e o público presente/convidado. O
médium apenas era o canal de nossas melecas existenciais, de nossas angústias
psicológicas, enfim, de nossa vida, de nosso processo de autoconhecimento
(“evolução).
Percebi (e posso estar errado mais uma vez) que os médiuns são
aqueles que mais precisam de terapia psicológica, não porque sejam mais
problemáticos do que as outras pessoas, mas, sim, porque são mais sensíveis às
sombras e às angústias de todos o que, pra mim, gera a intensificação das
próprias sombras e angústias do próprio médium.
Mais uma vez, nessa percepção, eu senti a importância de uma
abordagem mais psicológica/terapêutica (se é que essa é a denominação correta)
do material trazido por todos via médium à reunião de desobsessão.
Meus olhos se encheram de brilho e minha alma se empolgou! Vislumbrei
um futuro mais enriquecedor ainda para as reuniões dos centros espíritas, não
somente das de desobsessão. Enxerguei (e posso estar bem míope nesse olhar) que
quando os Centros Espíritas ampliarem seus estudos, suas observações, suas
pesquisas e suas experiências ali dentro a partir de uma visão TAMBÉM
psicológica, talvez a vida de cada espiritualista, principalmente médium, possa
ser menos dramática e sofrida, ou seja, pode ser mais rica, produtiva e
humanitária, trazendo mais satisfação e crescimento a todos.
Também percebi, principalmente agora que a Cris está fazendo
Psicologia (e me mostra o dia-a-dia acadêmico e as disciplinas do Curso), o
quanto a Abordagem Psicológica seria muito mais completa e enriquecedora aos
pacientes (e aos próprios Psicólogos) se levasse em consideração a sensibilidade
mediúnica e a realidade/influência espiritual em sua prática Clínica…
Talvez eu esteja projetando tanto nos Centros Espíritas quanto na
prática Clínica da Psicologia a minha própria intenção em agregar – em mim mesmo
– minha espiritualidade aos meus processos psicológicos/inconscientes. E esse
futuro vislumbrado para ambos seja a projeção do que vislumbrei para mim mesmo:
integrar a realidade espiritual à realidade psicológica/espiritual que também
vivo.
Mas para chegar a essa integração, preciso estar aberto e receptivo,
sem julgamentos e resistências, aos conteúdos de ambas as realidades (se é que
elas já não são as mesmas e eu, na minha divisão interior, não enxergue essa já
existente união entre ambas). E sabem onde eu MELHOR encontro os materiais –
teóricos e experienciais – tanto da espiritualidade quanto da psicologia???
Na lista Voadores, do yahoogrupos!!
Vejo aqui os desbravadores desse projeto, dessa possibilidade, dessa
futura e saudável união entre espiritualidade e psiquismo/inconsciente. Vejo
aqui aqueles que são e/ou serão referências para essa integração, atuando a
partir dessa visão unificadora em si mesmos, em suas vidas e nos meios em que
trabalham/atuam. Vejo aqui, na Voadores, a vanguarda desse movimento unificador
Psicologia-Espiritualidade.
Eu fico aqui, em silêncio, a cada dia, bebendo o que cada um trás pra gente,
pra lista, pro nosso grupo. E fico, assim, também sorrindo, agradecido, por
fazer parte dessa família, a qual, pelo menos pra mim (e posso estar errado),
está tomando iniciativas e passos belíssimos rumo a um futuro que começa a ser
materializado efetivamente em termos de uma prática espiritual-psicológica,
mediúnica-terapêutica, altamente rica, fértil, progressista e humanitária a
qual gerará frutos saborosos a quem vivencia e vivenciará essa integração
PSICOLOGIA-ESPIRITUALIDADE, ESPIRITUALIDADE-PSICOLOGIA.
Beijos integradores e agradecidos a cada um que faz parte desse Um…
Yub