Quando li determinado trecho do livro “Significado psicológico dos motivos de redenção nos contos de fada”, da von Franz, considerei bem apropriado para esclarecer o quanto o naipe de Espadas no Tarot tem essa força – tanto construtiva quanto destrutiva.
Veja:
“Tudo que é malévolo ou profano resulta sempre em dar à coisa essa atitude ‘não é outra coisa senão isto.’ Em discussões intelectuais, existem pessoas que parecem querer ter a última palavra, há na sua argumentação uma espécie de ímpeto contundente que não é necessário numa formulação intelectual. De um modo geral, a arrogante atitude intelectual origina-se em motivos inconscientes, como prestígio ou vontade de poder ou mecanismos de defesa contra o medo. Tais motivos inconscientes de medo ou astúcia etc. envenenam o instrumento de reflexão que o intelecto é.”
No Tarot de Rider-Waite, é impressionante o teor de sofrimento, dor, agonia e astúcia que prepondera no desenho das cartas do Naipe de Espadas. Esses sentimentos e comportamentos são resultantes de nossa postura orgulhosa, arrogante e medrosa.
Quando somos muito orgulhos e arrogantes, consideramos que apenas nós estamos certos. E procuramos impor aquilo que consideramos o certo (geralmente, esse “certo” é sinônimo daquilo que é melhor para nós, egoísticamente).
E quando estamos com medo, nossa inicial tendência é agredir, reagir com agressividade para que nossos temores não fiquem evidentes. São atitudes comuns quando o Naipe de Espadas se apresenta.
Se o Naipe tem o nome de uma arma: Espada, já podemos apreender daí que demanda-se perícia para o uso da mesma. Responsabilidade, espírito de justiça e um hábil manejo da arma são atributos que precisamos desenvolver para não ferirmos ninguém, incluindo nós mesmos.
Em outras palavras, parece que o Naipe de Espadas, em termos positivos, nos remete ao Bushido (o código de conduta dos Samurais). Tudo bem que há um certo radicalismo em alguns preceitos do Bushido, como o do seppuku, por exemplo. Mas isso é plenamente natural, porque o Naipe de Espadas tem um quê de radical mesmo.
Beijãozão nocês…
Yub