Após ter compartilhado minha experiência com sintomas e os significados que encontrei para os mesmos, bem como transcrever os trechos envolvendo a neurose para Jung e James Hollis, agora chegou o momento de fazer algumas reflexões.
Diante do que li no livro OS PANTANAIS DA ALMA e de minha própria vivência, eu vejo a NEUROSE como uma forma alternativa e indireta de lidar com um problema. O sintoma que desenvolvemos pode ser uma maneira de não lidarmos diretamente com o desafio e o medo que ele representa.
Então, o sintoma/neurose é um símbolo. Ele nos remete a um determinado enrosco psicológico, emocional, espiritual que não temos tanta consciência. Por não termos essa clareza a respeito de algo que está nos incomodando internamente, projetamos esse conteúdo em nosso corpo, em forma de doença.
Consequentemente, se mergulharmos no contexto que envolve tal sintoma/neurose, poderemos compreendê-lo. Daí a importância da autopercepção. Ou seja, detectar quando estamos angustiados, temerosos, ansiosos e com sentimentos estranhos que incomodam nosso dia-a-dia. Investigar nosso momento de vida e o modo como estamos reagindo aos desafios e aprendizados desta fase pode ser essencial para nos conscientizar do porquê estamos somatizando.
Acreditamos – mesmo que inconscientemente – que evitaremos uma angústia maior, um sofrimento mais puxado, ao criarmos um sintoma e não lidarmos diretamente com o desafio e a situação que pede maior conscientização e maturidade de nossa parte.
Creio que, enxergando os sintomas/neurose dessa forma, temos mais chance de irmos ao cerne do problema. E fazer um trabalho interno de compreensão, perdão e superação. Nesse ponto, precisaremos também agir (fazer um trabalho externo) que nos ajudará a crescer, a sermos mais completos, mais individualizados. É o processo do caminho de individuação que a Psicologia Analítica demarca…
Beijãozão nocês…
Yub