Notícia do Dia: Bêbado enciumado mata homem no bar!

Fui levar nesta manhã o lixo para reciclar num local de coleta seletiva próximo à minha casa. Aproveitei para levar a Mel para passear. Então, na volta, vejo uma folha de jornal solta no chão. A Mel passou por ela. Eu não. Permaneci alguns segundos absorvidos no seu conteúdo. Porque li em letras vermelhas e garrafais: “Bêbado enciumado mata homem no bar.” 
Essa era a Notícia do Dia no jornal O Super, do dia 10/04/2011. E aquilo me fez refletir. O Jornal O Super circula por todo canto aqui em BH. Por mais que se considere o público da classe C e D o alvo de leitura do mesmo, eu não consigo ver isso na prática. Vejo-o em cada canto, com todo tipo de pessoa.
Parece que se tornou um jornal viral. Sabe aquelas notícias que se espalham como um vírus? Eu considero esse tipo de notícia, de mídia, sendo altamente viral. Exemplo disso são os programas estilo o do Datena:

Por mais que o Brasil Urgente esteja aí, a nível nacional, há também as “filiais”, as versões regionais do mesmo. E são vorazmente assistidos em cada estabelecimento comercial ou residência espalhados pela cidade.
Eu fico pensando quando tais tipos de programas se tornaram virais. Eu creio que tudo começou a se espalhar tão hipnoticamente com o Programa do Ratinho. Acho que o conteúdo apresentado nesse programa foi o estopim de percepção de que esse estilo dá ibope. E o vírus se espalhou. 
A reflexão que faço é sobre o tanto que esse tipo de notícia, de fato, de imagem, de conteúdo atrai tanto a atenção. E não tem como fugir ao polêmico tema do vampirismo. Somos seres que nos alimentamos de energia. Não é só de energia física (“nem só de pão vive o homem.”). Mas de energia psíquica, emocional. 
Vamos ao cinema para nos nutrir emocionalmente pela fantasia, pelo romantismo, pela aventura, pelo medo. Queremos emoção! Quanto mais um filme – ou novela – mexer com a gente, mais será apreciado. Vamos em busca da fantasia para suprir um vazio íntimo.
Nossa vida rotineira e maçante nos drena a energia física e psíquica. E vamos buscar emoções na vida exterior para nos alimentar. Queremos nos sentir vivos ao buscar emoções novas, emoções diferentes que as massacrantes e áridas atividades diárias não nos proporcionam. 
Então, no momento em que temos de beber algum tipo de energia que mexa conosco, que nos faça sentir o impacto da vida, ficamos ali, hipnotizados diante do que nos oferece esse alimento emocional. Vejo programas como o Brasil Urgente oferecendo esse prato emocional às nossas vidas sem graça. 
O conteúdo apresentado pelas notícias de jornais do estilo de O Super, daqui de BH, nos impacta emocionalmente e nos faz sentir alguma coisa. Afinal, estamos tão anestesiados pela aridez do massacrante dia-a-dia frenético, que louvamos – mesmo que inconscientemente – o que esse tipo de jornal nos oferece: alimento, através de emoções fortes e impactantes
Eu costumo dizer que não existiria drogas/entorpecentes se o ser humano não tivesse necessidade de consumi-los. Como algum produto seria oferecido se não houvesse uma demanda pelo mesmo?
A gente combate as drogas, em vez de combater o que há dentro da gente que vai buscar Vida de uma forma destrutiva. Do mesmo modo, não adianta a gente criticar e levantar a bandeira contra o mal que as drogas ou as notícias que jornais e programas de TV podem apresentar. Porque as drogas e o consumo de jornais e programas com este conteúdo –  que esguicha sangue e dramas altamente carregados de emoção – são apenas o sintoma de um problema, e não o problema em si. 
O problema talvez esteja na nossa condição de seres comodistas, pacatos e resistentes a sair da zona de conforto. Preferimos torcer por um mocinho da novela, em vez de agirmos como ele. Preferimos torcer pelo herói e pelo ídolo, sorrindo com suas vitórias e chorando com seus fracassos, do que a gente ter o trabalho de ser herói em nossa própria vida.
Fugimos aos desafios que nos levariam a uma condição mais excitante e emocionante na vida. Escolhemos – mesmo de forma inconsciente – viver emoções através da vida de outras pessoas. Ficamos prazerosamente acomodados na nossa zona de conforto (leia-se rotina), anestesiados pelo comodismo, e passamos a viver emoções que tanto queremos através de nosso time de futebol, do galã da novela, da top model, da celebridade e do ídolo que tanto cultuamos. 
Mas e quem precisa passar por uma rotina aridamente massacrante para sobreviver? Como tirar uma das poucas fontes de nutrição emocional que as fazem se sentir um pouco vivas diante do robótico ritmo diário em que vivem?
Beijãozão nocês…
Yub

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