O Jogo de Tarot dO Louco: a história que estamos vivendo…


O Jogo do Louco, esquematizado por Hajo Banzhaf, vem me intrigando bastante por ser um exercício de intuição bem livre. São 13 cartas, dispostas em linha, que montam uma história num prazo mais ou menos definido. O Louco, por si só, representa o momento presente. Todas as cartas que vêm antes dele são o background, os fatos passados, e tudo o que vem após diz respeito ao futuro e ao desenrolar de um ciclo.

Caso O Louco saia como primeira carta, indica que estamos abrindo uma nova etapa. Caso saia no final, estamos naquele momento de colher resultados e partir para outra. As cartas mais próximas d’O Louco representam os fatos mais recentes, tanto em termos do que já passou, quanto em termos do que está para acontecer.

Para jogá-lo, é necessário, antes de tudo, retirar O Louco do montante e embaralhar as demais cartas, tanto dos arcanos maiores quanto dos menores. Depois, retiramos 12 cartas, ao que recomendo abrir o baralho em leque e tirar aleatoriamente. Misturamos as cartas sorteadas com O Louco e embaralhamos mais uma vez. Aí, fazemos a tiragem. Acho um jogo interessante por não se limitar a uma questão específica, tampouco se enquadrar dentro de um prazo pré-determinado pelo consulente. Ou seja, ideal para deixar a imaginação fluir. O que o Tarot revela com essa jogada é uma fase que estamos vivendo e que, dependendo do caráter dos arcanos que vierem a sair, pode ou não ser mais prolongada. Como exemplo, trago um jogo que fiz para mim em 10 de março. A sequência foi:

6 de espadas – 6 de ouros – cavaleiro de paus – 9 de ouros – 8 de espadas – louco – enamorado – 3 de paus – 3 de copas – 4 de espadas – 2 de copas – diabo – 9 de espadas

A história começa com a tomada de um novo rumo, uma vez que uma situação chegou a seu limite (6 de espadas). O próximo passo é o reerguimento material, marcado pela volta da confiança na capacidade de concretização (6 de ouros). Após isso, vem o momento em que é possível avançar rumo a uma expansão, um crescimento de forma bem empolgada e com muita vontade (Cavaleiro de Paus). Esse impulso traz uma fase muito frutífera, que, embora seja marcada por alguns obstáculos, representa conquistas duradouras. Aí chega o 8 de espadas para frear esse impulso e iniciar uma situação de constrição, em que não se sabe o que fazer. De repente, posso ter me assustado com os obstáculos que apareceram no 9 de ouros, ativando alguma defesa lá do inconsciente.

Como O Louco vem logo depois, o momento do 8 de espadas foi o passado mais próximo ao momento da tiragem. O futuro mais próximo é marcado pela indecisão d’O Enamorado, que se vê entre a cruz e a espada de escolher entre o que deve e o que quer. Essa decisão traz os primeiros resultados de uma expansão, caso do 3 de paus. Já o 3 de copas dá continuidade a esse caráter expansivo, trazendo a oportunidade de desfrutar da realização de certos sonhos. O 4 de espadas é a hora de fazer aquele balanço, após tanto festejo. E aí, estabelecer parcerias e acordos sinceros e felizes, como manda o 2 de copas. Tudo muito bom, tudo muito bem até surgir o arcano d’O Diabo. Obsessões, desejos intensos e jogos de poder à vista. A necessidade de conquistar algo. Ao que tudo indica, essas vontades vão despertar medos, pavores e uma sensação iminente de que vai dar tudo errado (9 de Espadas).

O que vejo representado nesse Jogo do Louco é meu regresso de Portugal, após o intercâmbio de seis meses, e a retomada da vida aqui, com a entrada num novo emprego, o reencontro de alguns amigos, a construção de uma nova forma de encarar situações que, há tempos atrás, julgava irremediáveis, e por aí vai. Digamos que ocorreu uma reinvenção há muito prometida.

Tenho a impressão de que, por meio desse jogo, é possível fazer uma ligação com o método da mandala e verificar mais ou menos em que passo estamos, o que está ativado. Explico: é que fiz mais duas tiragens posteriores e, em cada uma, O Louco saía mais próximo do final. E a última mandala que joguei vale até o início de abril, então… Como o Tarot é uma ferramenta de acesso ao inconsciente por meio da intuição, acho que O Jogo do Louco é uma boa pedida para a gente dar uma chance ao que o nosso sexto sentido tem a dizer.

beijo grande
yuri assis
twitter: @assisy

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