Pessoalmente, nunca me identifiquei com livros/textos/artigos do tipo “faça isso”, “faça aquilo”, “você tem que”, “você precisa”. Talvez esse seja um dos motivos que me fez adorar o livro Comer, Rezar, Amar.
Elizabeth Gilbert chora, se apavora, vai embora, engorda, esfrega chão, briga com pernilongos, encara medos, se acaba, se encontra e transforma sua vida de maneira brilhantemente humana. É lindo acompanhar essa jornada! E no meio de toda essa “bagunça” ela ainda arranja um jeito de dar uma ótima ideia de co-criação: um abaixo assinado para… DEUS!
Em determinado momento do livro, ela está no carro com uma amiga, angustiada e suando frio por causa do pesadelo em que se transformou seu acordo de divórcio. Então vira para a amiga e diz:
– Acho que não consigo aguentar mais um ano de processo. Eu agora queria uma intervenção divina. Queria poder escrever um abaixo-assinado para Deus pedindo para isto terminar.
– Então por que não escreve? – perguntou a amiga.
Elizabeth explica que não se sente à vontade pedindo coisas específicas para Deus porque isso pareceria fraqueza de fé.
– Não gosto de pedir: “Será que o senhor poderia mudar isto ou aquilo na minha vida que está difícil para mim?” Porque – quem sabe? – Deus pode querer que eu enfrente esse desafio específico por algum motivo. Em vez disso, me sinto mais confortável rezando para ter coragem para enfrentar tudo que acontecer na minha vida com equanimidade, seja o que for.
– Onde você arrumou essa ideia idiota? – disse a amiga à Elizabeth. Onde arrumou a ideia de que não pode fazer um pedido ao universo com uma prece? Você faz parte do universo. Você é um pedaço dele, e tem todo o direito de participar das ações do universo, e de deixar claros os seus sentimentos. Então, diga a sua opinião. Defenda o seu ponto de vista. Acredite: no mínimo isso vai ser levado em consideração.
E Elizabeth faz seu abaixo-assinado. Pede a Deus que ajude a terminar o divórcio.
Eu sei que o senhor está ocupado com guerras e tragédias, e com conflitos muito maiores do que a disputa infindável de um casal disfuncional. Mas acho que a saúde do planeta é afetada pela saúde de cada indivíduo que vive nele. Enquanto duas almas quaisquer estiverem envolvidas em algum conflito, o mundo inteiro será contaminado por isso. Da mesma foram, se duas almas quaisquer puderem ser do mesmo modo que algumas células saudáveis em um corpo podem aumentar a saúde generalizada desse corpo. Meu mais humilde pedido, portanto, é que o senhor nos ajude a terminar este conflito, de modo que mais duas pessoas possam ter a oportunidade de se tornarem livres e saudáveis, e para que haja um pouquinho menos de animosidade e de amargura em um mundo já tão prejudicado pelo sofrimento.
Agradeço-lhe por sua gentil atenção.
Respeitosamente,
Elizabeth M. Gilbert
Pedido feito, ela e a amiga ficam imaginando quem colocaria o nome no final desse abaixo-assinado: desde os pais de Elizabeth até Hillary Clinton, Gandhi e São Francisco de Assis. Depois disso tudo ela fica mais calma e pega no sono. Acorda depois de um tempo e o celular toca: é sua advogada. O marido tinha acabado de assinar o acordo de divórcio.
Entre essa leitura de Elizabeth e outras, acabo me tocando de uma coisa. Isso de co-criar já existia na minha vida, mas sem esse nome. Já desejei, afirmei, senti, vivi várias coisas que se concretizaram, só que me parecia algum tipo de acaso (por falta de palavra melhor, porque não acredito em acaso). E então comecei a ler sobre o assunto – definido com vários nomes – e o que eu lia ia fazendo sentido pra mim. Fui percebendo que o que fiz, o que já aconteceu comigo, foi co-criação, lei da atração. E fui me interessando mais, pesquisando mais. E então, em um momento X da minha existência, totalmente encorajada pelo dono deste blog, resolvi que ia levar isso a sério. E a tal ficha caiu: não é difícil co-criar, não é difícil atrair. Isso que aconteceu com a Elizabeth no livro é simples, fácil e perfeitamente possível. Quer saber a parte mais difícil (e me pergunto se é difícil só para mim…)?? DEFINIR bem definidamente O QUE SE QUER!!
Ah! Eu quero prosperidade. Tá, mas o que exatamente, especificamente? Em detalhes, por favor!!
Para pedir, para acreditar, para visualizar acontecendo, eu preciso ter a ideia muito clara na minha mente. E isso só posso fazer quando sei EXATAMENTE o que quero! Tá aí o segredo…Descobrir o que se quer com riqueza de detalhes.
Um pouco por dia, um dia de cada vez.
Por Lucia Fontes.