Conversava com alguns amigos tarólogos no último final de semana. E uma das prosas que surgiu foi sobre o Tarot mostrar quando os caminhos do consulente estão fechados.
Um desses amigos disse que quando a primeira carta que o cliente tira é o MAGO, isso quer dizer que o jogo está “fechado.” Ele não faz a leitura para tal consulente. Pede para voltar em outro dia.
Eu perguntei:
– Mas justamente o MAGO? Porque é um Arcano que abre os trabalhos, apresenta diversos caminhos, apresenta uma variedade de possibilidades. É uma carta que simboliza justamente abertura.
Ele, então, me respondeu:
– O Mago é também a carta do enganador, daquele que faz falcatruas, que mente.
É verdade. Faz sentido. Embora discorde dele, respeito a convenção que ele fez para sua prática tarológica. A leitura de tarot passa muito por essa convenção (conjunto de regras) que o próprio Tarólogo cria para si.
Eu, particularmente, não acredito num jogo fechado. Pra mim, o Tarot sempre mostra o que é. Ou seja, abre a visão para o que for perguntado. Não há pergunta sem resposta (desde que saibamos escolher o método apropriado para cada questionamento). O Tarot está sempre aberto, pra mim.
Ele, então, detalhou melhor. Ele disse que se o Mago sai, é por algo pesado será mostrado naquele jogo. Pesado no sentido de revelar algo que não deve ser dito para o consulente. Ele não está preparado para saber.
Eu também discordo desse meu amigo. Eu parto do pressuposto que se um cliente me procura, é porque está preparado para ouvir a verdade (no sentido de receber a interpretação do que os jogos estão mostrando). E merece ouvi-la, graças ao máximo de minha competência. Eu posso até não enxergar determinada resposta, por incompetência minha, mas que ela está ali, escancarada nas cartas, ah isso tá.
Enfim, vai ver isso também é uma convenção minha. Como convencionei de que qualquer jogo está aberto, que o Tarot é aberto por si só e que o cliente que chega até mim está preparado para ouvir o que o seu jogo mostrar, assim é.
Beijãozão nocês…
Yub