Sobre o texto anterior (Merecimento: no que você acredita?) AugustoCrowley comentou:
Eu também venho dizendo pra mim mesmo, que vou conseguir reeducar minha mente, como forma de perceber que realmente sou capaz de ser, viver, fazer a vida acontecer da melhor maneira possível. É algo que exige tempo sim, fomos educados a olhar o lado ruím, mas vamos aprendendo o que se deve. A vida é maravilhosa todos temos as mesmas chances de realizações, cada um dentro daquilo que aprende a desenvolver, a aceitar, amar e nutrir.
Lindo!
E me chamou a atenção o termo “reeducar a mente”.
Há anos (mais de 10) eu venho trabalhando em uma “teoria” de que saber com a mente que uma coisa é errada não quer dizer que vamos deixar de fazer essa coisa. O grande ponto é SENTIR que tal coisa é errada. Da mesma forma para o que é certo. Em outras palavras, a mente sozinha não comanda seus atos; ela comanda seus pensamentos. Os atos são uma mistura de pensamento e sentimento.
Com certeza vou acabar falando mais sobre os desdobramentos dessa “teoria”, mas vamos focar no “reeducar a mente”. Antes de começar este texto, abri o livro O Oráculo Interior, de Dick Sutphen:
LEI DA EXPERIÊNCIA
As novas informações que penetram em sua mente substituem as informações anteriores de natureza similar. Uma vez que o caminho foi estabelecido em seu cérebro, a informação que ele contém permanecerá, a menos, ou até, que uma nova informação anule a antiga. Por exemplo: enquanto anda a cavalo, você cai e se machuca. Se isso é o fim de sua experiência equestre, você foi programado negativamente. Os instrutores sabem disso e se apressam, sempre, para que cavaleiros novatos subam de novo no cavalo logo após a queda. Esse é um processo inato, orgânico, que não exige sua atenção consciente ou participação ativa, porque os processos básicos do cérebro estão numa condição de crescimento e reorganização infinita. Esse conhecimento pode ser usado em programação em estado alterado, porque sua mente subconsciente não pode distinguir a diferença entre uma fantasia e um acontecimento real. Se por acaso você sofre de medo de multidões, entre em meditação e imagine-se vivamente relaxado enquanto está no meio da multidão. Sua mente aceitará isso como uma realidade e invocará a Lei da Experiência. Depois de algumas semanas ou meses, você superará a antiga programação medrosa.
Parece simples, não? Mas faz sentido e tem a ver com a “reeducação da mente” citada pelo Augusto.
O exemplo do cavalo ilustra bem a “teoria” do sentimento: o cavaleiro novato cai – sentimento ruim. Se ele desiste, o que vai ficar é o sentimento ruim, por mais que ele tente se convencer em sua mente de que não se cai do cavalo todas as vezes. Mas, se ele sobe no cavalo e tem uma experiência positiva, ele tem mesmo chances enormes de anula a anterior.
Yub, isso pode se encaixar no caso do seu primo e o medo de cachorros que você citou em seu artigo (aqui)? E você ainda disse:
Se a gente evita o caminho que temos medo para chegar onde desejamos, nós acabamos indo por um caminho muito mais longo e difícil. E se tivéssemos optado pela trilha que nos levaria direto ao nosso desejo, muito provavelmente a assombração daquilo que tememos poderia nem aparecer, nem acontecer.
Então eu me pergunto: o medo vem de onde? Penso que existem várias possibilidades para o surgimento do medo – medos “palpáveis” como o de cair do cavalo e medos “imaginários” como o de ficar doente – e uma delas (no caso dos medos “imaginários”) pode ser falta de convicção, não pode? Falta de convicção devido a crenças contrárias ao que se deseja… pode ser? Por não acreditar que merecemos…
Como é que podemos usar o exemplo do cavaleiro novato nisso? Segundo o texto que citei acima, usando a MENTE para MUDAR um sentimento (então, Augusto, não seria “reeducar o sentimento??). Aí entra o exemplo da meditação para o medo de multidão. Confesso que nessa área – meditação – ainda estou engatinhando: já tentei, já desisti, já tentei, já desisti um milhão de vezes. MAS… achei um novo jeito de engatinhar com o livro O Poder do Agora, de Eckhart Tolle: toda vez que a mente pensa no medo e começar a me torturar, começo a prestar atenção no método de tortura como uma observadora quieta. Tem funcionado e aí já posso dizer que encontrei um jeito de “educar a mente”. O segundo passo é visualizar – e para isso eu preciso SENTIR – o oposto do que me dá medo. Essa parte ainda estou trabalhando…
Um pouco por dia. Um dia de cada vez.
Por Lucia Fontes