Cada dia que passa noto que o objetivo maior em cada atividade não é atingir um resultado específico, exímio. Ela apenas é uma fachada para um exercício mais significativo: o exercício da consciência.
A leitura homeopática – para se tornar prática a teoria lida – de O Poder do Agora, de Eckhart Tolle, tem sido muito proveitosa. E nesses tempos sagitarianos (com lua nova, eclipse e mercúrio retrógrado em Sagitário), parece que fica mais fácil perceber.
Perceber o quê?
Que o que vale é a consciência do momento presente na execução de qualquer tarefa. E isso muda completamente o foco. Porque não julgamos mais a tarefa como pequena, grande, representativa, ambiciosa, humilhante, irrisória, etc. Seja qual for, ela é instrumento para a prática da consciência, do estar presente no momento presente.
Sagitário é conhecido negativamente pelo seu rápido julgamento a respeito de algo. Na maioria das vezes, repleto de preconceito em relação a esse mesmo algo julgado prontamente.
Sagitário também é conhecido como um signo em busca de significado. Qualquer situação corriqueira adquire dimensões míticas. E busca-se na mesma um propósito maior.
E creio que para diminuir essa tendência negativa ao julgamento preconceituoso, fanático, dogmático de Sagitário, faz-se necessário desenvolver esse lado do Signo que busca um significado nas experiências.
Porque ao se atribuir um propósito maior em cada atividade, esta pode ser aparentemente considerada pela sociedade como pequena, humilhante, irrisória, desprezível, indiferente, que não será assim vista pelo olhar sagitariano. Porque este incidirá o propósito do objetivo maior sobre a mesma: desenvolver a consciência do agora.
Tudo não passa de um objetivo para o alvo final: viver conscientemente o presente.
Nessa prática do estar presente, eu percebi um detalhe que comprova essa reflexão feita acima. Enquanto esperava o ônibus chegar para ir até a terapia, eu passei a observar cada carro que passava, consciente de cada um. E o que me distraía, tirando-me do agora, eram os pensamentos julgadores que invadiam a minha mente.
Por exemplo: via um carro todo rebaixado, com a cadeira de motorista lá trás e um cara de óculos escuros ouvindo um som estridente de funk no volume máximo. Pronto! A simples visão dessa cena já me fez julgar o cara como um boy, um cara que se acha e que não tá nem aí para o ouvido dos outros e a poluição sonora que gera. E esse pensamento julgador já me levou a outro pensamento, a outro, a outro…. ou seja, perdi a consciência e voltei ao padrão robótico, mecânico, rotineiro de inconsciência no dia-a-dia.
E se tenho um olhar que seja qual for o carro e os passageiros que se apresentem na minha frente, eu mantenho a atenção dessa percepção, apenas isso, sem um julgamento a respeito, o exercício da consciência se produz. O alvo maior é atingido. Eu vivo no agora.
Para que isso ocorra, no meu caso, preciso desse propósito maior: de experimentar as várias situações do dia como meios para exercitar a consciência. Esse é o objetivo mais bacana de se estar vivo. Um monte de coisas bacanas vêm naturalmente em consequência – e não por serem afoitamente buscadas. Fazem parte do pacote consciencial. Assim como uma perna segue a outra quando uma começa a se movimentar, a caminhar. Assim como flecha e arco se unem, se acompanham, se ligam naturalmente.
O exercício da consciência do agora movimenta energias internas e externas condizentes com a qualidade do mesmo, com a prática dessa postura.
Beijãozão nocês…
Yub