Saturno: a realização de suas ambições ou de seus pais??

Já é difícil desenvolver bem o talento saturnino. E aí, quando conseguimos e estamos expressando de forma bacana nosso Saturno, vem a vida e nos mostra uma verdade tão dura e crua quanto saturno…

Esses talentos do Signo/Casa/Planeta em Aspecto com Saturno que estamos desenvolvendo não é uma real ambição nossa. É “culpa” de uma frustração de nosso pai ou de nossa mãe – ou de ambos ou de nossos avós (Saturno é os pais/avós). São as figuras de autoridade que colocam (ou não) a lei (do superego /certo ou errado) em nossa mente. Saturno representa a base, a estrutura de nossa vida (= a família/pais).

Tenho percebido certas ambições me moverem no que tange à escrita (e comunicação) que são, no fundo, uma tentativa de compensar uma frustração paterna e/ou materna. Tenho Saturno Retrógrado em Gêmeos na Casa 3 em oposição a Mercúrio.

Quando me deparei com essa percepção na terapia, eu me lembrei de algumas pessoas conhecidas (parentes, amigos, clientes, alunos, pessoas famosas/celebridades) e o Saturno de cada uma.

Enxerguei determinadas pessoas com Saturno na Casa 10, por exemplo, buscando – ou abominando – uma posição de poder e de autoridade (Casa 10) por causa da frustração (Saturno) da mãe e do pai (Saturno) de não terem conseguido um papel de maior respeitabilidade e reconhecimento social (Casa 10).

Vi outras que têm Saturno em Leão ou na Casa 5 com a ambição (Saturno) de terem filhos ou de desenvolver um talento criativo (tal como tocar um instrumento musical) porque o pai ou a mãe não puderem se dedicar tanto aos filhos ou por terem reprimido um dom artístico.

Herdamos as frustrações de nossos pais. E geralmente tendemos a ir ao extremo oposto daquilo que eles viveram.

Por exemplo: o pai foi um grande bosta, passivo, apático e inseguro. O filho aparenta ser um monstro de autoconfiança, autoridade e dinamismo. Sim, quem disse que ele tem Saturno na Casa 1, acertou. Ou o oposto. O pai foi um dínamo de energia, ousado, corajoso e assumindo grandes responsabilidades em seus projetos. E a filha não arrisca, não ousa, não busca a independência, se recusa terminantemente a andar com os próprios pés/recursos pessoais. Ela tem Saturno em Áries.

Aquela pessoa que tem trocentos amigos, na verdade, conhecidos, já participou ou participa de inúmeros grupos (virtuais ou presenciais). Tem Saturno na Casa 11. E o pai foi praticamente um eremita, um antissocial, um cara que não confiava em ninguém e não tinha uma amizade sequer.

Saturno parece funcionar por compensação. E seja qual for o extremo assumido por nós, estaremos ou realizando uma ambição que, no fundo, era de nossos pais e que eles se frustraram de alguma forma (quer não realizando-a ou a realizando de forma frustrante) – ou nos recusando a vivenciar esta área saturnina, tentando nos comportar da maneira oposta à de nossos pais. Mas ambos são as duas caras de uma mesma moeda. A da herança parental nos conduzindo pela vida, nos controlando, dominando e se impondo tiranicamente sobre nós.

Então, fica o questionamento:

SATURNO: até que ponto o desenvolvimento desses dons saturninos estão a serviço nosso ou da realização de sonhos não concretizados de nossos pais? Não basta encarar os medos e desenvolver tais talentos saturninos. É preciso saber a nossa intenção de assim o fazer. Fazemos por nós ou por nossos pais, querendo agradá-los ou compensar algo que eles viveram em excesso?

Beijãozão nocês…
Yub

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