Sintomas físicos, medos-preocupações e fuga.

Você já se questionou o quanto determinado sintoma (doença) que tem pode esconder algo mais  profundo? E, ao mesmo tempo, revelar uma máscara que usa (aparência, comportamento exterior) para evitar uma angústia maior – ou um determinado sofrimento futuro?
Vou dar um exemplo pessoal. Até hoje, em todas as vezes que estava prestes a desenvolver um novo produto de Numerologia para o Personare, eu tive dor de garganta. Muitas vezes, ainda nem tinha recebido o sinal verde para escrever o conteúdo de um novo produto e lá estava eu, com dor de garganta. Alguns dias depois, o pessoal do Personare me dava o sinal verde para começar a escrever.
Isso foi me intrigando… porque foi se repetindo. Perguntava-me: por que tenho dor de garganta quando estou prestes a iniciar a tarefa de escrever um novo produto de numerologia para o Personare?
Lembrei do Lázaro Ramos. Certa vez ele deu uma entrevista para a Marília Gabriela no programa dela no GNT. E disse que sempre após uma novela, ele fica doente. No meu caso, é antes de um trabalho maior, novo, mais desafiante.
Então, passei a pesquisar o simbolismo da garganta. Tem a ver com criatividade, prazer e a comunicação. Expressar criativamente algo com prazer, sem ser corroído por obrigações e pelo perfeccionismo. É dar vazão ao que almeja criar em termos de escrita, de fala, de comunicação – prazerosamente.
Então, percebi que a dor de garganta tendia a ser sinal de que eu tinha receio de não criar algo tão bacana como o último produto de numerologia. Como criar algo prazerosamente e buscar ser melhor que o produto anterior, vencendo as expectativas e meu elevado nível de exigência que poderiam colocar um peso de obrigação e travamento? 
A dor de garganta era uma espécie de fuga à efetiva angústia-ansiedade da criação do que almejava comunicar no respectivo produto de  numerologia. Preferia (claro que inconscientemente) a dor de garganta à angústia da criação, das elevadas expectativas, do perfeccionismo e da obrigação dos prazos. 
Essa explicação fez sentido pra mim. Tanto é que, desta vez, ao iniciar o processo de criação e escrita do atual produto de Numerologia para o Personare, houve apenas o incômodo na garganta, daqueles que ao engolir enche um  pouco o saco, arranha. A compreensão do que esse sintoma físico representava, junto com a aplicação do spray de própolis-romã-mel, bastaram para não transformar essa irritação na garganta em uma efetiva dor de garganta
Nesse final de semana, buscando encontrar num dos livros sobre A Sombra um exemplo que queria refletir e escrever aqui no Blog, eu encontrei trechos preciosos grifados por mim (no livro OS PANTANAIS DA ALMA, de JAMES HOLLIS) que esclarecem brilhantemente essa dinâmica dos sintomas físicos como fuga ao desenvolvimento de determinadas atitudes (as quais serão de certa forma angustiantes pra nós).
Vejam:
“Ocasionalmente, escolhemos o que é eufemisticamente chamado de ‘vantagem da doença’ ou ‘ganho secundário’ da neurose. Com um ‘distúrbio factício’, podemos inventar ou fingir uma doença física ou psicológica. 
“Nossa dor nos permite assumir o papel da pessoa atormentada, evitando talvez outras exigências estressantes, e assim escapando sutilmente de maiores ansiedades. Se eu sou obeso, talvez eu não não precise sofrer a tarefa e as nuanças de um relacionamento íntimo. Eu posso lamentar minha sorte e me queixar de que os outros são insensíveis para comigo, mas eu dou um jeito de permanecer dentro da praça fortificada do meu corpo. 
“Se eu sou incapacitado certamente não sou obrigado a participar da arena da vida. Ao aquiescer à minha ansiedade, evito uma grande parte da angústia.”
“Todos os comportamentos, mesmo aqueles que chamamos de ‘loucos’, são lógicos quando vistos como uma expressão de determinada premissa emocional, ou como uma reação a ela. Não importa o quão simbolicamente disfarçados, os sintomas visíveis dramatizam uma premissa afetiva inconsciente.”
Como essa Lunação de Peixes-Virgem está em vigor, me levando a refletir sobre essas questões de saúde, eu percebo claramente essa dinâmica. Ou seja, nós “escolhemos” (inconscientemente) uma dor física (um sintoma) como uma espécie de barganha, para evitar uma experiência que consideramos angustiante, repleta de ansiedade e desafio. Consideramos que haverá uma dor, uma angústia, uma ansiedade e um sofrimento maiores ao viver tal situação. E “preferimos” trocá-la por um sintoma físico, por uma somatização.
Vou – nos próximos posts – envolver o conceito de NEUROSE para Jung nestas reflexões. E aprofundá-las, a fim de compreender melhor esse simbolismo dos sintomas.
Beijãozão nocês…
Yub 

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