![]() Após o que escrevi sobre VERÔNIKA DECIDE MORRER, recebi uma mensagem do meu amigo e irmão de alma KÉLSEN ANDRÉ lá na numerologiapitagorica (do yahoogrupos). Ele refletia sobre o SUICIDIO e os SUICIDAS. Achei o que ele escreveu simplesmente BRILHANTE!!
Reproduzo aqui o que ele refletiu. E como depois ele me fez uma pergunta astrológica sobre o tema, coloco o que escrevi após as reflexões dele.
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Salve a todos,
Este texto nao tem razão, sentido, objetivo, ele é apenas um desabafo, uma homenagem postuma. Era isso que ele era duas semanas atrás quando comecei a escreve-lo. Agora depois de saber fragmentos da verdade e assistir uma parte do saia justa, ele virou uma reflexão.
Pois é!! Ele era isso tudo a cinco meses atras, no final ele virou uma critica a algo que eu defendia até começar escrever como legitimo.
I
Ele passava o ano na mesma posição na hora do recreio: recostado em uma poltrona com as pernas esticadas sobre outra, os olhos sempre fechados. Nenhuma palavra pronunciada, nenhum sorriso trocado, nenhuma queixa realizada. Apenas o silencio e o vazio dos olhos fechados. Olhando para onde? Desejando quais sonhos? Nao saberei responder e nao quero imaginar.
Nao sei a disciplina que ele lecionava. Trocavamos apenas olhares rápidos, que valiam como bom dia. Em verdade, nao recordo da voz dele, a lembrança que ele me traz é a dele sentado na sala dos professores.
Recentemente (duas semanas atrás) fiquei sabendo que ele era do interior e estava na capital trabalhando. Descobri tambem que estava noivo com casamento marcado para o fim do ano. Sabia que ele dava aula de manha e a tarde e nada mais. O nome dele nao tenho certeza, parece que é Ralf, ou será apelido?
Pois bem, este cavaleiro solitário, julgou toda a humanidade, em verdade, fez mais, nos condenou. Ele naquele silencio que parecia indiferença, hoje nos proporciona uma nova leitura- um pedido de atenção. Um pedido que nao teve, nao recebeu, pelo menos de mim naqueles seis meses que convivemos juntos.
II
Na semana passada encontrei com o presidente da associação de pais e mestres e ele ao me narrar sobre o ocorrrido, disse que o moço deixou uma carta (nao sabemos se veridica) afirmando que o sonho dele desde criança era casar, ter filhos, um emprego e se matar. tirando o requisito do casamento, todos os outros itens foram cumpridos a risca, como que em um ritual. Um ritual programado, planejado, especulado, sonhado. Mas nao quero acreditar que o suicidio dele tenha sido programado, pelo contrário, quero pensar que foi um ato espontaneo.
III
O suicida é o juiz do mundo. Mais do que juiz, ele é a sentença, o veredito.
IV
Tudo acima estava escrito a cinco meses e todas as vezes que eu ia enviar pensava… mas não vai encorajar as pessoas? Assim diante do primeiro eu nao escrevi, diante do segundo caso tb nao, mas houve um terceiro. O de uma moça, devia ter no maximo uns 40 anos. Decada atras o irmao se jogou da mesma janela na qual ela deu o salto triunfal. O que me chamou atenção em tudo foi que pela primeira vez ela se dirigiu a palavra a mim e conversamos.
Ela era uma moça exotica. Tinha os cabelos presos em forma de circulo na altura das orelhas. Utilizava um oculos de sol que tinha quase o mesmo tamanho da abobada celeste, dando ao seu rosto, combinado com o seu cabelo um ar de mosca. Sim, ela parecia um mosquitinho, seja pelo corpo franzino, seja pela sensação de que nao ocupava espaço. Nós conversamos. Eu a vi chegando em uma kombi e fiquei profundamente feliz em saber que ela tinha vida social, que ela conhecia pessoas e que conversava com alguem. ( Como eu sabia que ela nao tinha contato social?)
Uma manha saio para correr e vejo uma agitação estranha. Volto e ninguem me diz nada. Na hora do almoço a central de noticias chega em casa ( meu irmao) e diz: ficou sabendo? Pois é! Pergunto eu: quem?
Não sei o nome dela, nao sei as preferencias, somente quando ele diz uma esquisita é que associo. A esquisita.
V
A vida moderna é muito louca. A indiferença é muito grande. Recordo que vinte dias depois do acontecido estava eu saindo para minha pelada, cinco horas da manha, quando escuto gritos e conversa aflita no hall do predio. Sao duas amigas que desde o acontecido nao sobem mais de elevavor sozinhas, nem atravessam o corredor sozinhas. Olhei para aquilo e nao acreditei, mas elas falavam sério. Subimos e elas foram me contando que viram o corpo passando pela janela e o grito. O grito impregna a mente delas, assim como o corpo largado no chão. Fico pensando o grito foi de alivio? Ou de arrependimento?
Continuo….
Continunando:
VI
Eu voltei àquele olhar que ela me lançou no elevador semanas antes de se matar. E este olhar descortinou para mim todo o mistério do suicida. Nelson Rodrigues diz que eles são os juizes do mundo. Fiquei conversando com suicidas o resto do mes e posso dizer coisas assim:
o suicida espontaneo nao quer se matar, quer apenas chamar atenção para uma dor que ele nao sabe onde colocar e o que fazer dela. É provavel que este dor o sepulte e ele se transforme em um morto vivo, um zumbi. É possivel que ele utilize essa dor, simbolicamente morra e renasça. Esses casos são poucos e a força do renascimento é tão forte que eles nem se lembram que foi essa dor de morte que lhes proporcionou outra vida. De forma que aqueles que recebem a noticia de que a filha esta gravida, de que é soropositivo, de que o filho é gay, de que a mulher o trai com toda redondeza tem a vontade suicidada, mas ela dificilmente é executada. Eles pegam a arma, em verdade, mais pensam que pegam, se ameaçam, mas não se matam; pelo menos fisicamente.
Chegamos a conclusão que nenhuma desgraça subita leva a pessoa a morte eterna.
O suicida mesmo é cruel, é um chantagista, é um filho da puta. Ele prepara cada ato, cada cena para que vc se lembre, se culpe, se martirize, sofra. A incapacidade dele em gerir e gestar a propria vida é lançada nos ombros dos outros.
O suicida é um canalha. Quando vc o olha, vc pode ter a visão ingenua de que eles estão desligados do mundo, de que as coisas não mais lhe interessam, de que nós nao os compreendemos, de que não fazemos nada por eles, mas na verdade, ele esta silenciosamente, articulando o plano: “como será este mesmo espaço sem mim? O que eles farão quando descobrirem que eu nao esou mais entre eles? Que eu me matei de forma vitoriosa?”
O suicida é cruel. Eu se fosse psicologo faria uma associação entre eles e o psicopata. (Coisa que todo mundo virou depois que a Ivone apareceu na movela das oito e o Lazaro começou a postar na voadores). Mas a mesma sandice que tem o psicopata externamente, penso que tem o suicida introspectivamente.
Onde a gente ve vazio e sente o vazio o suicida arquiteta o seu plano. E há todo um ritual, toda uma preparação. Acorda-se e vive-se o dia como se fosse um dia qualquer. Dentro deles há um tesão inconfessavel e que nao pode ser revelado para ninguem: “hj vou me matar”.
Eles passam os dias, os meses, as semanas, as horas, os anos olhando para cada um e pensando consigo: “duvido que descobrem que me matarei daqui a seis meses”.
Enquanto isso vão preparando o ritual, cena por cena, ato por ato. Nada é de improviso, nem mesmo o grito da queda. Até ele é treinado. A única coisa espontanea no suicidio é a posiçao final do corpo. Todo o restante é treinado, ensaiado mentalmente e alguns ritos fisicamente. A carta de despedida escrita dias antes, horas antes, meses antes, com a correçao, as vezes, de uma virgula, ou o acrescimo de um ponto. A roupa passada e preparada tanto para o ato final, quanto para o sepultamento. As palavras deixadas para martirizar o leitor que fica o resto da existencia. Tudo é pensado. “Eu te perdo filho, mae, por…” É a chantagem no seu ponto mais supremo, visceral.
Eu tomei a liberdade de perguntar entre as risadas e os deboches que alguns deles davam acerca das pessoas que ficaram e choravam, quando é que preparavam o ato. No que me responderam: a cada olhar e encontro. Não há um momento no qual o suicida nao esteja treinando e tentando imaginar como sera a reaçao daqueles que ficarão. Quando ele te olha, ele já imagina a roupa que vestira no velorio, a dor que terá nos proximos dias. O sonho de cada suicida é ser chorado como um Getulio (caso ele tivesse se matado). Ser chorado como um Kurt Cobain. Eu achava que tinha sido a industria fonografica que tinha matado o Cobain, agora acho que foi o fantastico.
Viram o que fizeram com o Belchior!!!? O cara some, desaparece, nao deixa recado nem com a mae e o fantastico coloca o Brasil inteiro para procura-lo para fazer uma materia de domingo. Nelson dizia que Carlos Lacerda foi o assassino de um suicida (referindo-se a Getulio). Aquela reporter chata é a medium de um fantasma. Afinal, antes de ser sinalizado pela globo que sentiu falta do Belchior? E já que há este interesse em ressuscitar fantasmas, tem milhares de artistas que gostariam imensamente de aparecer dois segundos no fantastico, porque a globo nao os procura, nao atende o telefonema dos empresarios deles?
Mas voltando aos suicidas, cada vez que eles olhavam para alguem, eles estavam pensando: “vai sofrer com a minha morte? Vai se lembrar de mim? Vai se sentir culpado? Vai pensar que poderia ter me amado, me bajulado, me…?”
O suicida é um egoista. Na verdade o ato do suicidio é um ato de egosimo extremo.
VI
Antes eu achava o suicida um cara incompreendido, injustiçado que nao lhe restou senao a morte. Agora o vejo como um pulha, que nao se colocou no mundo e resolveu culpar a humanidade por nao ter se realizado. Os casos são muitos e variados, coloquei todos no mesmo balaio. Mas há os casos artisticos, teatrais, recordo de Essenim (poeta russo) ele corta os pulsos e deixa um poema escrito no quarto de hotel com o proprio sangue.
Meu irmao Maiakowiski faz um verso-homenagem lindissimo, falando da falta de tinta nos quartos de hoteis, mas anos mais tarde se dá um tiro no coração. O caso de Maiak é diferente do de Essenin. Este planejou tudo como um grande canalha e sabia de certa forma que seria mais lembrado por isso do que pelos poemas. Ja Maiak foi um ato, um segundo de desespero, um segundo daquele rompante que lhe é natural e peculiar.
O suicida julga o mundo, mas o que escapou a Nelson, é que ele é condenado de si mesmo.
bjs em todos
Saudações ASTROLOGICAMENTE SUICIDAS, meu Querido Kél!!
VC ESCREVEU: YUB: Sim. Pelo menos nos exemplos de suicidas que conheço (pessoas bem próximas No caso dessas pessoas que conheço, ambas têm LUA EM PEIXES e NETUNO num dos Quando NETUNO está bem marcante num Mapa Natal (tal como num dos pontos E uma das tendências de escapar do peso da realidade, da densidade da matéria, Porém, o que NETUNO/PEIXES/CASA 12 simbolizam – por si só, se não estiverem Nos casos que conheço de pessoas que tentaram o suicídio – literalmente (porque Por quê? Porque precisa ter aquele súbito impulso rebelde e chocante presente no suicídio E porque também precisa ter aquele autodestrutivo impulso (Plutão/Escorpião/Casa Esses suicidas que conheço têm MARTE em aspecto com URANO e com PLUTÃO. Quando a Regina falou sobre a REPETIÇÃO, a TENDÊNCIA DOS SUICIDADES DE REPETIREM Aqui entra outro detalhe: Signos de AGUA, principalmente Câncer e Peixes, sentem Sobre essa REPETIÇÃO da tendência a se suicidar novamente, eu associo o Sabemos que tudo que está próximo ao ASCENDENTE se torna algo MAIOR, aumenta. Já Vamos proseando!! Beijãozão nocês… |
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