Na 4a.feira passada, dia 17/11/2010, eu estava com O Louco como Arcano do Dia. Vivi experiências muito interessantes que retratam a manifestação prática do que essa Carta representa.
Talvez a mais engraçada foi a de ter pegado um motorista de ônibus “louco.” rsrs Nunca havia pegado um motorista tão ousado como este. Mas não era uma ousadia à lá Carro, por exemplo. O motô fazia tudo com naturalidade. Suas manobras ousadas eram espontâneas. Ele as executava como se não estivesse fazendo nenhum esforço. Ele não estava concentrado, com raiva ou movido por um foco específico ao manobrar de maneira tão arriscada e fluida como fazia. Ele, inclusive, conversava agradavelmente com uma passageira – o que, em determinados instantes, aparentava uma distração da parte dele em relação ao trânsito.
Vi muito dO Louco nessa postura dele. Ele simplesmente fazia as manobras sem pensar nelas, sem fazer esforço, sem uma emoção muito definida. Ele simplesmente dirigia com naturalidade daquela forma fluida e arriscada ao mesmo tempo. Parecia nem ligar para o trânsito, para as limitações da rua em relação ao tamanho do ônibus, para os carros que poderiam vir do sentido contrário da pista. Enfim, fiquei impressionado com a “encarnação” dO Louco nesse estilo de dirigir do motorista do ônibus. Aquilo me inspirou.
Então, passei a viver levemente este dia. Eu fui almoçar na casa de meus pais. Dali iria cortar o cabelo, depois pegar um ônibus para devolver os livros da Biblioteca Pública lá na Savassi. E dali ir à pé para a aula do curso sobre interpretações de sonhos. Sim, quando saio com O Louco, há essa movimentação bem semelhante à dO Carro. Uma jornada, com várias caminhadas e questões a serem resolvidas na rua.
Alguns imprevistos surgiram. Imprevistos não, oportunidades naturais para eu conseguir o que eu queria. Por exemplo: era aniversário de minha sobrinha, a qual também almoçaria na casa de meus pais nesse dia. Eu até então não sabia o que daria de presente para ela. E, mesmo assim, não me preocupei. Me abri para que o universo apresentasse para mim qual seria o melhor presente para ela. Essa disposição de espírito, aberta, disponível para que as situações ocorram, pra mim, é bem a cara dO Louco.
Essa oportunidade veio. A Cris me pedira para levar até minha mãe – que faz um trabalho bem bacana na Pastoral da Saúde no bairro onde mora – algumas bijouterias. Minha mãe as doaria. Quando entreguei o pacotinho com tais objetos para minha mãe, esta me mostrou um relógio. Disse que a minha afilhada estava querendo um relógio. E aquele ali era a cara dela! Só que tinha o problema de estar com alguns detalhes precisando de reparos.
Decidi que aquele seria o presente ideal para minha afilhada. Resolvi ir até o relojoeiro do bairro para consertá-lo. Aproveitaria e faria uma cópia de uma das portas da casa de meus pais que até então eu não tinha feito. O Louco vai apresentando as oportunidades. Se estamos abertos a elas, as usufruimos.
Fui para a Biblioteca Pública, devolvi os livros e segui à pé. Há algum tempo, eu queria conversar com o Ítalo e a Junia sobre o preço da consulta psicológica dele. Eu faço terapia numa linha que não é a junguiana. É mais comportamental e existencial. E venho querendo fazer uma na linha junguiana. Com o Curso sobre sonhos, que esse casal ministra, eu aumentei o meu desejo de mudar de terapeuta. Só que precisava de um momento a sós com eles, sem nenhum aluno, para fazer determinadas perguntas não somente a respeito do preço cobrado pelo Ítalo. E imaginava como eu conseguiria isso. Não consegui vislumbrar nenhuma saída. Mas fui até o curso com essa vontade de saber mais.
Então, quando cheguei na esquina do consultório deles, onde nossa aula seria ministrada dali a uns 10 minutos, eu ouço:
– Yub!
Olho para trás e vejo a Junia!!!! ÓTIMO!! Era a oportunidade de fazer as perguntas para ela, sem que nenhum outro aluno atrapalhasse. Perguntei detalhes da consulta do Italo enquanto caminhávamos para o consultório deles.
Então, quando O Louco sai em alguma consulta, em algum jogo de Tarot ou mesmo como Arcano do Dia, ele preconiza a importância dessa postura aberta, receptiva e disponível a arriscar com naturalidade, de coração aberto ao que a vida pode nos apresentar.
Beijãozão nocês…
Yub